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Germinação na espiga de trigo pode comprometer qualidade

A chuva intensa ocorrida esta semana estimula germinação do grão



A chuva intensa ocorrida esta semana deve afetar a qualidade do trigo das lavouras que estão em fase de pré-colheita ou colheita. Isto porque os altos índices de umidade estimulam a germinação do grão na espiga, o que inviabiliza sua utilização para produção de farinha. Em função dessas condições, os pesquisadores da Embrapa estão recomendando cuidado redobrado no recebimento do trigo paranaense após as fortes chuvas desta semana. "Os grãos das lavouras que já estavam em ponto de colheita e permaneceram no campo, devem ser recebidos e armazenados separados dos grãos das lavouras colhidas antes das chuvas. Esse procedimento se faz necessário para evitar contaminação dos lotes de boa qualidade", explica o pesquisador da Embrapa Soja Manoel Bassoi. Já para o trigo que está para ser colhido, os pesquisadores reforçam a importância de separar os lotes onde é possível observar visualmente a germinação na espiga dos que não ainda não apresentam. A vulnerabilidade do grão de trigo à umidade ocorre porque, geneticamente, a maioria das cultivares é sensível à germinação na espiga, o que acarreta declínio no número de queda (NQ), chamado pelos técnicos de falling number (Fn), um dos índices que avalia a qualidade do trigo. Um dos fatores que reduzem o Número de Queda é a ativação da enzima alfa-amilase, que por sua vez degrada o amido presente no grão de trigo, inviabilizando a farinha para fins industriais. Essa ativação da enzima, no entanto, não se dá apenas quando ocorre a germinação na espiga. A alfa-amilase pode ser substancialmente aumentada mesmo antes dos grãos atingirem o teor de umidade necessário para a germinação (a partir de 35%). Com as chuvas intensas e prolongadas, como as que ocorreram essa semana, os grãos não dormentes e prontos para a colheita, podem apresentar alta atividade de alfa-amilase já a partir de 24% de umidade. "Com certeza, muitos grãos de trigo atingirão esse nível de umidade, ou até mais, estimulando a atividade dessa enzima e, conseqüentemente, diminuindo o número de queda", explica Manoel Bassoi. Os estudos desenvolvidos pelos pesquisadores Claudinei Andreoli e Manoel Bassoi mostram que lotes com boa qualidade de grãos de trigo (baixa atividade de alfa-amilase) quando misturados com apenas 2,5% de grãos germinados, podem apresentar baixo Número de Queda. Além disso, em algumas cultivares, lotes com baixa atividade da enzima misturados com 10% de grãos não germinados com alta atividade de alfa-amilase, também podem ter baixo NQ. Em monitoramento realizado há duas semanas, em coleções de cultivares de trigo indicadas para semeadura no Estado do Paraná, verificou-se que a maioria delas apresentava baixa dormência, mais um sinal de que a atenção deve ser redobrada. As pesquisas desenvolvidas na Embrapa mostram que, além dos aspectos genéticos, outros fatores como os climáticos, também influenciam a germinação na espiga. No Paraná, na maioria dos anos prevalecem as altas temperaturas e clima seco da fase de maturação fisiológica até o ponto de colheita, condições que também provocam a rápida perda de dormência dos grãos. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Soja.

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