Gigante do agro anuncia redução de despesas

A multinacional alemã Bayer anunciou que vai reduzir custos em mais de 1,5 bilhão de euros ( cerca de R$ 9,9 bilhões) a partir de 2024. Para isso é esperada redução de empregos e menos investimentos em CropScience. Com isso a companhia espera aumentar  fluxo de caixa e investir mais em inovação e sustentabilidade.

Para este ano a perspectiva de lucro foi ajustada e para 2021 a expectativa é de queda, com possibilidade de redução do valor de seus ativos agrícolas em cerca de 10 bilhões de euros.

Outro aspecto que pesa é a dívida de processos com aquisição da Monsanto, em 2018. A empresa acumula muitas ações judiciais por causa do herbicida RoundUp, considerado cancerígeno. Em julho desse ano a Bayer chegou a um acordo extrajudicial contra os autores do processo, de quase US$ 11 milhões ou cerca de R$ 62 milhões.

“Devemos adaptar nossas estruturas de custos às mudanças nas condições de mercado e, ao mesmo tempo, gerar recursos para maiores investimentos em inovação e crescimento. Também continuamos comprometidos em reduzir nossa dívida financeira líquida", disse o CEO da companhia, Werner Baumann.

Os efeitos diretos e indiretos da pandemia serão mais profundos do que o esperado no negócio. O setor agrícola, no qual a Bayer tem papel de liderança, é caracterizado pela redução das expectativas de crescimento devido aos baixos preços das commodities para as principais safras, intensa competição na soja em tecnologias rivais (Xtend e Enlist) e problemas com o registro de dicamba. O câmbio também contou, como no caso do real brasileiro desvalorizado. A Bayer também projeta que a redução na demanda de bioetanol e algodão nos EUA também reduza potencialmente a área plantada na próxima temporada.

A empresa também está analisando opções para sair de negócios não estratégicos e marcas menores que podem ser vendidas.