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Governo argentino adia aumento nas “retenciones”

A medida seria uma determinação do FMI na renegociação da dívida argentina


Foto: Pixabay

Após uma reunião entre o chamado “Comitê de Ligação” do agronegócio com o Ministro da Agricultura da Argentina, Luis Basterra, foi adiada a ampliação das chamadas “retenciones”, ou impostos sobre exportações que o novo governo de Alberto Fernández pretendia impor ao setor produtivo rural. Uma nova reunião ficou marcada para a próxima semana e, enquanto isso, o “registro de declarações de vendas ao exterior” seguirá fechado.

No interior do país, produtores independentes e pertencentes a grupos organizados permanecem mobilizados e preparando paralisações e cortes nas estradas argentinas para os próximos dias. Depois de aprovada no Congresso o aumento de 3% na taxação às exportações de grãos do país, a tensão entre os dois lados é grande. 

A medida, conforme o jornal Clarín, seria uma determinação do Fundo Monetário Internacional (FMI), dentro do acordo para negociar a dívida da Argentina, que passa por um longo período de crise e inflação. Porém, o governo ainda não detalhou se o aumento de três pontos percentuais valeria somente para a soja (passando de 30% para 33%) ou também para outros grãos (subindo de 12% para 15%) como milho, girassol e trigo. 

Nas entrelinhas, não se sabe ao certo o que o governo irá fazer. O anúncio pode acontecer nos próximos dias, quando o presidente Alberto Fernández irá discursar na abertura dos trabalhos do Congresso neste ano. No entanto, esta alíquota poderia ser uma moeda de troca que o Ministro das Finanças, Martin Guzman, teria com as negociações com o FMI. 

Esta é mais uma mostra que o governo argentino estaria utilizando o campo como setor garantidor da fonte mais genuína de câmbio para mostrar a sustentabilidade econômica argentina diante ao mundo.

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