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Governo e setor privado discutem fortalecimento da cadeia do biodiesel

A câmara abordou também a crescente produção de canola


A glicerina excedente da indústria de biocombustíveis usada na alimentação animal foi tema da 10ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel, realizada na quinta-feira, 2 de setembro, em Brasília (DF). A glicerina é um composto orgânico obtido a partir de óleos e gorduras, utilizado na fabricação de sabão e outros produtos químicos. Com o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), sua disponibilidade cresceu e, como subproduto da fabricação de biodiesel, teve o preço reduzido e outras formas de utilização. A câmara abordou também a crescente produção de canola, planta oleaginosa rica em óleo, matéria-prima alternativa na composição de biocombustíveis.

Presidente da Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel, Denilson Ferreira, diz que a glicerina, já utilizada como aditivo tecnológico (estabilizante, espessante, emulsificante) em produtos para alimentação animal, é uma fonte nutricional economicamente viável. Durante o encontro, governo e setor privado trocaram informações sobre o uso do ingrediente, critérios de conformidade e qualidade para ser empregado na alimentação animal. Para isso o produto deve ter, na sua fórmula, no mínimo 80% de glicerol e no máximo 150 partes por milhão (ppm) de metanol.

Canola

Terceira oleaginosa mais produzida no mundo, a canola vem ganhando espaço no mercado brasileiro. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a produção, na safra 2010, de 60,7 mil toneladas, 40% a mais que no ciclo anterior, quando a produção ficou em 42 mil toneladas. Como commodity, a canola responde por 16% da produção de óleos vegetais, atrás da palma, também conhecida como dendê, (34%) e da soja (33%).

Para Denilson Ferreira, que também é coordenador-geral de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o aumento da produção de canola reflete a consolidação da indústria do biodiesel no Brasil. Ele avalia que a indústria pode contribuir para a ampliação da oferta diversificada de óleos, como soja, girassol, palma, dendê e canola.

Atualmente, o cultivo da canola ocupa área de 45 mil hectares nos três estados maiores produtores: Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. A colheita prevista é de 1,3 mil kg por hectare. Segundo Ferreira, considerando o teor de óleo por grão, serão produzidos 500 litros por hectare. Na Europa, a canola é uma das mais importantes matérias-primas para o biodiesel, inclusive no aproveitamento de grãos descartados da comercialização. Já o farelo da oleaginosa concentra de 34% a 38 % de proteínas e, por isso, é utilizado na formulação de rações animais.

O presidente da Câmara Setorial diz que as discussões para reunir políticas públicas com a iniciativa privada e fortalecer a cadeia produtiva do biodiesel continuarão. Ele ressalta as novas tecnologias e a diversificação de oleaginosas como alternativas viáveis para suprir a demanda mundial de biocombustíveis. Além dos benefícios sociais e da capacidade de gerar renda ao agricultor, Denílson Ferreira aponta que, no Sul do País, o setor pode promover a indústria local. “Para se ter uma ideia, uma única usina é responsável por um terço da produção de canola para atender o mercado em expansão”, afirma.

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