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Governo emitirá selo socioambiental para produção de etanol

A demanda pelo etanol deve aumentar no mundo e o País precisa estar pronto


Apesar do otimismo com os ganhos comerciais prometidos pelo etanol, por causa do crescente interesse mundial por combustíveis mais limpos, o governo já percebeu que não pode obter o produto a qualquer custo. Para evitar futuras sanções dos países consumidores, como já prometeu a União Européia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou nessa terça-feira (17-07) que em um ano vai começar a emitir um certificado socioambiental para a cadeia do etanol. Mas antes vai proibir o plantio da cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal, informou ontem o titular do Mapa, Reinhold Stephanes.

No mês passado, quando esteve em Bruxelas e em Lisboa para se reunir com autoridades da União Européia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu que a Europa não vai comprar etanol do Brasil se a produção do combustível envolver trabalho escravo ou degradação do meio ambiente.

A demanda pelo etanol deve aumentar no Brasil e no mundo e o País precisa estar pronto para atendê-la. Com isso, cresce a necessidade de expansão do plantio de cana-de-açúcar. Ambientalistas se preocupam com a perda do controle do governo nas condições de trabalho e em possíveis invasões da cultura da cana-de-açúcar a biomas da Amazônia e do Pantanal que não são compatíveis com a cultura.

ZoneamentoO ministro da Agricultura disse ontem que o governo deve apresentar um novo zoneamento agrícola para a cultura dentro de um ano, com regras para o plantio da cana, condições de trabalho e de instalação de unidades industriais.

"O zoneamento da cana-de-açúcar vai proibir o plantio na Amazônia e no Pantanal", afirmou Stephanes. Ele disse que, além do mapeamento, o governo vai lançar um selo socioambiental que vai atingir todas as etapas de produção do etanol - do plantio ao processamento. "Essa certificação deve assegurar que nas plantações não haverá prática de trabalho escravo ou condições degradantes", disse o ministro.

O novo zoneamento prevê concessão de incentivos fiscais, ainda não detalhados, para produção em regiões degradadas. O ministro garantiu que os empreendimentos que já funcionam terão que se adequar às regras e que todos os novos negócios nessas áreas precisarão atender aos critérios previstos no zoneamento e às exigências de emissão do selo socioambiental do governo.

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