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Governo estimula competitividade do trigo argentino

‘Gastos portuários’ devem cair para os compradores brasileiros


Depois de uma longa e difícil batalha com os sindicatos, o governo argentino conseguiu aprovação para licitar os serviços de mão de obra portuários do país vizinho. Esse ‘feudo’ estava a um longo tempo nas mãos de uma única cooperativa, que impunha unilateralmente preços mais elevados ao setor, aponta a Consultoria Trigo & Farinhas. 

Com essa mudança, há expectativa de que se possa reduzir em até 30% os custos, a partir da entrada de sete empresas na concorrência de licitação. De acordo com a T&F, o custo atual de “fobings” do trigo gira em torno de US$ 14,70/tonelada (contra a média de US$ 11/t no Brasil, exceto Santos, que é US$ 25/t). Do total dos custos nos portos argentinos, US$ 6,00/t são “gastos portuários” e US$ 8,7 são “gastos comerciais” (comissões diversas). 

“O que o governo busca, neste primeiro movimento, é reduzir os ‘gastos portuários’. Como a licitação ainda não foi feita e não se sabe o valor da empresa vencedora, não podemos avaliar todo o impacto disto sobre as importações brasileiras de trigo, mas, já se sabe que deverão custar um ou dois dólares menos no próximo semestre. Se for mesmo 30%, o custo portuário por tonelada embarcada cairá para US$ 4,2, contra os seis dólares atuais”, avalia o analista Luiz Fernando Pacheco.

COMPRAS AQUECIDAS

O Relatório do Ministério da Agricultura da Argentina, atualizado até 08 de novembro último, informa que os exportadores daquele país já compraram 4,55 milhões de toneladas (precisamente 4.547.800 tons) da safra 2017/18, contra 2,61 MT no mesmo período do ano passado. Da safra 2016/17, que está chegando ao fim, já compraram 12,69 milhões de toneladas (12.690.800 t), contra 7,08 milhões de toneladas do ano anterior. Do total comprado nesta temporada já foram “embarcadas” 10.928.600 toneladas, restando, portanto, 13,87% por comercializar.

“O que temos a observar sobre isto é que estas compras foram feitas em níveis de preços mais elevados, de modo que não se pode esperar grandes baixas nos preços do trigo argentino daqui para frente, devendo-se aproveitar, ao contrário, os períodos de baixa atuais”, conclui Pacheco.

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