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Governo multiplica estoques de Tamiflu

Governo multiplica estoques de Tamiflu


Brasileiros já estavam recorrendo ao Paraguai para garantir o principal medicamento contra a doençaA semana começará com as unidades de saúde do Brasil com bom estoque de Tamiflu, o medicamento mais eficiente para tratamento da gripe A. Na sexta-feira, o Ministério da Saúde terminou a distribuição de 210 mil cartelas produzidas no Brasil do remédio. A quantidade é o triplo de todo o volume já distribuído pelo ministério – 70 mil kits, adquiridos da fabricante suíça Roche. Cada cartela contém dez cápsulas e é suficiente para tratar uma pessoa.

No momento, o ministério diz não haver necessidade de fazer novas encomendas à Fiocruz, pois ainda aguarda, da Roche, 800 mil caixas de Tamiflu: 50 mil em meados de agosto e 750 mil até o fim de setembro. Santa Catarina recebeu sexta-feira um lote do medicamento, que servirá para reforçar os estoques dos hospitais de referência da rede pública.

A falta do medicamento no país estava levando brasileiros a recorrer a farmácias de Ciudad del Este, na divisa do Paraguai com o Brasil, onde o produto era comercializado em farmácias sem a exigência de receituário médico. No país, o remédio foi recolhido das farmácias e somente é encontrado no serviço público de saúde, limitado a pacientes do grupo de risco, conforme protocolo do Ministério da Saúde.

De acordo com Hayne Felipe, diretor de Farmanguinhos, laboratório da Fiocruz que produziu o antiviral no Brasil, a produção local foi possível devido a uma licença voluntária concedida pela Roche. O Tamiflu, feito a partir de fosfato de oseltamivir, é a principal forma de tratamento dos casos graves.

Produto do governo só pode ser distribuído gratuitamente

Segundo Felipe, em 2006, em meio ao temor de uma epidemia de gripe aviária, o governo adquiriu da fabricante nove toneladas do oseltamivir e obteve permissão para desenvolver o medicamento. A partir daí, a Fiocruz começou a avançar na tecnologia para produzir o remédio, feito da mistura do princípio ativo com substâncias que ajudam no rompimento da cápsula e na dissolução e absorção. A licença não permite que o Brasil sintetize o princípio ativo, que precisa ser comprado da Roche.

Segundo o ministério, as nove toneladas são suficientes para produzir 9 milhões de tratamentos. Por exigência da Roche, no entanto, a aparência é diferente. Enquanto a cápsula do Tamiflu é amarela e branca, a versão nacional é laranja. Também não tem nome comercial e só pode ser distribuída gratuitamente.

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