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Governo não libera os transgênicos


Grupo de ministros busca solução jurídica para escoar a safra de soja que começa a ser colhida.

A partir de hoje, o grupo interministerial criado para avaliar a situação dos transgênicos no Brasil deverá buscar uma solução jurídica para o escoamento da safra de soja que será colhida nos próximos dias.

Essa foi a principal definição da reunião mantida por sete ministros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem à tarde, no Palácio do Planalto, para tratar a liberação dos transgênicos no país. Ficou decidido também que será mantida a proibição do plantio de produtos geneticamente modificados.

Após um encontro de uma hora, coube ao porta-voz da presidência, André Singer, apresentar as conclusões da reunião. Os ministros saíram pela garagem e não falaram com os repórteres. Segundo Singer, o grupo chegou ao consenso de que houve plantio ilegal de soja modificada geneticamente no Brasil e omissão do governo anterior no seu controle.

Mas salientou que a preocupação atual é com os problemas econômicos e sociais. No Rio Grande do Sul, estima-se que 70% de uma safra em torno de 8 milhões de toneladas provém de sementes contrabandeadas da Argentina e posteriormente reproduzidas nos últimos anos. Em Santa Catarina existem algumas lavouras, mas o impacto econômico é pequeno neste contexto.

O porta-voz destacou que a solução jurídica deverá ser divulgada nos próximos dias, assim que a safra começar a ser colhida. E frisou que a proibição no plantio e comercialização de organismos geneticamente modificados (OGMs) está mantida. Mas Singer adiantou que o governo exigirá um ajuste na conduta por parte dos produtores.

Perguntado sobre o referido “ajuste”, deixou transparecer que seria um compromisso de, no futuro, não plantar transgênicos. Negou que o governo esteja examinando qualquer forma de punição. Antes da reunião de Lula com seus assessores, um ministro teve um encontro reservado com o presidente.

O titular da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o seu secretário-executivo, José Amauri Dimarzio, mantiveram uma rápida conversa com o chefe do Executivo. Na saída, Dimarzio revelou que o ministério entregou três alternativas para o escoamento da safra. Não quis adiantar quais eram. Singer disse que hoje os ministros poderão dar mais detalhes do encontro.

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