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Governo propõe medidas para reduzir superoferta de feijão do mercado no PR

Executivo quer comprar cerca de 45 mil toneladas de feijão no Estado



Representantes do governo do Paraná e das entidades que representam os produtores vão pedir ao governo federal a liberação de R$ 75 milhões para a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) comprar aproximadamente 45 mil toneladas de feijão no Paraná. A medida visa evitar as consecutivas quedas nos preços pagos aos produtores.

Essa e outras ações foram discutidas na última quinta-feira (10.07), em Curitiba, pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, com o superintendente da Conab-PR, Erli de Pádua Ribeiro, e com os dirigentes das principais entidades que representam os produtores no Estado.

Segundo o secretário, a preocupação é evitar o desestímulo ao produtor em plantar a nova safra que começa em agosto, que como consequência traz o risco de desabastecimento de feijão para o mercado consumidor a partir de janeiro de 2015.

A queda nos preços vem ocorrendo desde o início do ano, quando iniciou uma superoferta do produto em todo o País, que deverá ser quase 26% maior em relação ao ano passado, segundo levantamento da Conab.

Queda nos preços do feijão ocorre desde o início do ano em todo paísQueda nos preços do feijão ocorre desde o início do ano em todo país

Segundo o Deral (Departamento de Economia Rural), o Paraná, como maior estado produtor do País, também está colhendo uma safra 24% maior que o ano passado e o agricultor está vendendo sua produção abaixo do preço mínimo fixado pelo governo federal.

A estimativa é que cerca de 200 mil toneladas de feijão da produção paranaense 2013/14 não foi vendida ainda. Há preocupações com a manutenção da qualidade desse produto.

Outras medidas adotadas visam acelerar o processo operacional de compra de feijão no Paraná por meio de Aquisição do Governo Federal (AGF). A Secretaria da Agricultura vai trabalhar em conjunto com a Conab-PR para agilizar o processo de certificação para que os armazéns da Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná) possam participar do processo de armazenagem de feijão no Estado.

MERCADO - Como consequência da superoferta de feijão no Paraná e no País, os preços despencaram para R$ 60,00 a saca para o feijão de cor, e R$ 94,00 a saca para o feijão preto; abaixo do preço mínimo fixado pelo governo, que é de R$ 95,00 a saca para o feijão de cor e R$ 105,00 a saca para o feijão preto.

A Secretaria da Agricultura, Faep (Federação da Agricultura do Paraná) e a Fetaep (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná) já alertaram o governo federal desde o início do ano, quando as cotações de preços começaram a mostrar os primeiros sinais de quedas, enviando sucessivos documentos sobre o agravamento da situação.

Como resposta, o governo federal liberou R$ 2 milhões em maio, recursos que foram destinados a quatro cooperativas no Estado para compra de feijão, mas que infelizmente não foram suficientes para fazer frente à oferta abundante do produto no mercado, disse o representante da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Flávio Turra.

Para Erli de Pádua Ribeiro, superintendente da Conab-PR, em junho havia a expectativa de liberação de R$ 20 milhões no Estado, que não foi efetivada por falta de agilização no processo operacional para venda de feijão para a Conab. “Estamos vivendo uma situação de emergencialidade e estamos todos empenhados em solucionar a situação que esbarra em restrições que precisam ser cumpridas, como a necessidade de classificação da produção a ser adquirida para evitar que o governo compre um produto sem qualidade”, disse.

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