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Governo quer negociar e superar embargo russo à carne brasileira

“Vamos reforçar as análises laboratoriais e fazer o nosso dever de casa”, comentou Wagner Rossi


O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, esteve reunido, durante a tarde desta segunda-feira, 6 de junho, com representantes de agroindústrias exportadoras de carne e do setor exportador para discutir o impacto da decisão do governo Dmitri Medvedev, da Rússia, tomada na semana passada, de suspender as importações de carne brasileira de 89 unidades de processamento.

O governo brasileiro vai mandar, dentro de duas semanas, uma missão oficial à Rússia para discutir a retomada das negociações e superar o embargo à carne. O ministro disse que o governo vai analisar as alegações russas e que as exigências fitosanitárias serão atendidas. “Vamos reforçar as análises laboratoriais e fazer o nosso dever de casa”, comentou.

O ministro anunciou também que o governo brasileiro irá tomar as providências necessárias para retomar as vendas de carne para a Rússia e não descarta ir, pessoalmente, a Moscou para tratar das negociações. “O Brasil é um dos principais fornecedores de proteína animal no mercado externo. Esse protagonismo nos obriga a redobrar os esforços para cumprir as expectativas dos compradores”, disse. Comentou ainda que o governo não recebeu o relatório técnico russo apontando as supostas deficiências fitosanitárias alegadas pelo governo Medvedev, que embasaram a decisão de suspender as importações. “O relatório tem 32 páginas e deve chegar nas próximas horas às minhas mãos. A nossa Secretaria de Defesa Agropecuária vai analisar o documento e apontar as nossas possíveis falhas”, comentou Rossi.

Também participaram da reunião o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e representantes do Ministério das Relações Exteriores.

Reflexos para o produtor brasileiro

A suspensão temporária da importação pelos russos atingiu carnes suína, bovina e de frango em estabelecimentos localizados no Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Apesar do número expressivo de empresas afetadas, a expectativa dos exportadores é de que o embargo não traga prejuízos ao setor, já que algumas empresas atingidas poderão exportar a partir de plantas localizadas em estados não afetados pela medida.

Apesar dos russos serem o principal importador de carne suína absorvendo cerca de 43% do total exportado – dados de 2010 – em relação ao volume global disponibilizado internamente, a carne suína exportada corresponde a menos de 7,31% do total. Isso, numericamente falando, corresponde, em média, a cerca de 20 mil toneladas mensais não exportadas (se as exportações para a Rússia forem zeradas) para uma oferta interna global em torno de 235 mil toneladas. Além disso, os frigoríficos afetados pelas regras impostas equivalem a 3% do volume total vendido à Rússia, cerca de 7 mil toneladas, que para o consumo no mercado interno significariam 442gr a mais na mesa do brasileiro durante todo o ano.

As informações são da assessoria de imprensa da ABCS - Associação Brasileira dos Criadores de Suínos.

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