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Governo vai adotar medidas mais rigorosas contra gripe aviária no país


O governo federal estuda a adoção de medidas rigorosas para impedir a entrada no Brasil do vírus influenza aviária, que causa a chamada "gripe das aves" e está se alastrando pelos países asiáticos. Por enquanto, técnicos do governo consideram baixo o risco da doença entrar no Brasil, mas alertam que esse risco existe e é preciso tomar cuidado. A "gripe das aves" foi discutida em uma reunião de emergência da Câmara Setorial do Milho, Sorgo, Aves e Suínos, ontem no Ministério da Agricultura.

As medidas serão discutidas por um grupo de trabalho criado pela Câmara Setorial e apresentadas ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, na próxima quinta-feira.

A proposta que enfrenta maior resistência por parte do governo é a de criação de circuitos avícolas limitados às divisas de cada estado. Isso significaria restringir o transporte e a comercialização de aves vivas aos respectivos estados produtores. Essa medida permite o isolamento do Estado que apresentar foco da doença sem interromper a produção e as exportações dos outros Estados.

Outras medidas teriam impacto nos portos e aeroportos do país. Quem chegar ao Brasil poderá ser obrigado a passar por tapetes sanitário (pedilúvios) para desinfetar a sola dos sapatos. Contêineres e aviões também poderão passar por processos de desinfecção. O acesso de pessoas às granjas brasileiras, principalmente de quem veio do exterior, será restringido. Também está sendo proposta a irradiação (por cobalto) das bagagens procedentes de países com registro de doenças de notificação obrigatória. A realização de feiras internacionais de aves também poderá ser suspensa em todo o território nacional.

O secretário-executivo do ministério da Agricultura, Amaury Dimarzio, afirmou que é fundamental a participação do setor privado nessa discussão para que o governo não acabe baixando normas impraticáveis ou desnecessárias. "Seguramente nós vamos ter uma maior revista, maior cuidado de desinfecção, são medidas que os técnicos vão indicar, mas que sejam de aplicação viável".

As empresas apóiam a adoção de mecanismos rígidos de controle. "O Brasil está livre da doença, mas temos que trabalhar preventivamente", disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango, Júlio Cardoso. Ele prevê um aumento de 10% nas exportações brasileiras do produto este ano. "Nós estamos sendo muito procurados pelos importadores da Europa e da Ásia, principalmente do Japão, como um país que hoje pode produzir um frango livre da doença e de excelente qualidade". Até o fim deste mês chegam ao Brasil missões de técnicos japoneses e sul-coreanos para vistoriar as condições das granjas brasileiras.

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