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Grandes produtores de soja se únem contra barreiras

Os maiores produtores do mundo estão se unindo para eliminar barreiras comerciais


Mais do que uma união para expandir o mercado consumidor, os maiores produtores do mundo estão se unindo para eliminar barreiras comerciais. Um feito inédito para este competitivo mercado, mas que está colocando lado a lado dois grandes adversários na produção de commodities agrícolas: Brasil e Estados Unidos. No último dia 15, a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT) assinou contrato de cooperação mútua com a Associação Americana de Produtores de Soja (ASA).

O termo, que tem o objetivo de trabalhar em prol da abertura de novos mercados à soja buscando, inclusive, a derrubada de barreiras comerciais. O terno foi assinado durante viagem à Índia.

“Esta viagem foi de extrema importância para nós produtores. E o melhor de tudo é que produtor se entende em qualquer lugar do mundo”, exclama o presidente da Aprosoja/MT, Rui Ottoni Prado. Além dos brasileiros e norte-americanos, argentinos e paraguaios também participaram do acordo.

No mercado mundial de produção da soja, o Brasil é o segundo maior produtor e Mato Grosso, com produção entre 15 milhões e 16 milhões de toneladas, representa 8% do grão produzido no mundo.

Como explica Ottini, atualmente as importações indianas se resumem a 3 milhões de toneladas de óleo de soja, volume que adquire no mercado internacional. “Eles não importam a soja em grão”. Especificamente na Índia, o objetivo da visita foi a de iniciar marketing da soja para fomentar tanto o consumo da soja pela população, como também abrir espaço às importações de farelo. “Cerca de 60% da população é vegetariana, uma condição imposta ou pela religião ou pela falta de renda. Na Índia não se consome carne bovina e a avicultura existente, é incipiente, porém necessita ser ampliada para dar suporte ao ritmo de crescimento daquela nação”, explica o presidente da Aprosoja.

Ele aponta que no momento não é possível estimar o mercado em potencial que existe para o grão mato-grossense, “pois é um trabalho a longo prazo”.

O termo - Cada país irá formar uma Comissão para discutir e analisar o assunto. A idéia é que a soja seja cada vez mais divulgada no mundo. No Brasil, o vice-diretor administrativo da Aprosoja/MT, Ricardo Arioli da Silva coordenará os trabalhos. “Esse momento foi histórico. Agora existe uma frente de trabalho dos produtores de soja dos quatro países que assinaram acordos, Brasil, Argentina, Paraguai e Estados Unidos. Estes países juntos representam praticamente 90% da produção de soja mundial”, comemora Arioli.

Mercado – A Índia é um mercado atrativo porque é considerado um país emergente e deverá ultrapassar a China em população até 2040. O país cresce a taxas anuais de cerca de 9,4%. A população indiana é de 1,1 bilhão de pessoas, contra 1,3 bilhão de chineses.

O consumo de soja e derivados na Índia cresceu de 757 mil de toneladas em 96/97 para 2.703 milhões de toneladas em 2004/2005, um acréscimo de 360%. O consumo per capita de soja na Índia é de 5,5 kg/habitante ano, contra 35,7 kg/hab ano na China, 161,5 no Brasil e 170,7 nos EUA.

Segundo previsão de norte-americanos, até 2010, a Índia deverá consumir internamente toda sua produção de soja, atualmente estagnada em 7 milhões de toneladas, em função do pequeno tamanho das propriedades rurais, baixo uso de tecnologia e falta de novas terras para serem cultivadas. A exemplo do que aconteceu na China, que hoje importa 45% de toda a soja mundial, isto deverá acontecer também na Índia.

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