Granja do Paraná cria galinhas "gigantes"
Empresário pretende ter êxito com aves três vezes mais pesadas que os frangos e galinhas caipiras do Paraná
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New Hampshire, Plymouth RockBarred, Orphington Negro, Wyandotte Prateada, Conchinchina Azul, Sedosa do Japão, angola, polonesas. Nomes estranhos no agronegócio regional, são raças de galinhas "gigantes" criadas com ração própria na Granja Suim, em Mandaguaçu (PR).
O empresário Antonio Roberto Pupulim, dono da Agrobúfalo em Maringá, pretende ter êxito com essas aves três vezes mais pesadas que os frangos e galinhas caipiras do Paraná e de todo o Brasil. Um casal custa entre R$ 80 e R$ 120. Fubá e folhas engordam o time. A comida representa até 70% do custo de produção.
Pupulim não fornece aves para corte. Retira os ovos e os coloca em chocadeiras elétricas. Três semanas depois obtém pintinhos de boa qualidade genética. E assim vai ampliando o plantel, hoje estimado em cerca de mil cabeças.
A meta da Granja Suim está voltada para o aprimoramento da raça de galinhas rústicas ou simplesmente caipiras. Cruzando entre si e com caipiras, essas aves se destacam na produção.
Uma galinha caipira bota apenas 20 a 30 ovos por ano, a de raça, de 100 a 150. Um frango caipira demora um ano para alcançar um quilo, 1,5 kg. O de raça, com cinco a seis meses, pesa dois quilos.
"Estou buscando melhorar as galinhas sem raça, sem problemas de consangüinidade", disse. Apaixonado pela avicultura, ele entende que o equilíbrio entre o passado e o futuro está entre rusticidade e produtividade.
"A velha galinha chamada vulgarmente de pé duro ou pé sujo dos terreiros está cedendo lugar à nova caipira e viabilizou uma forma alternativa de criação também conhecida como avicultura alternativa", explicou.
Na verdade, a caipira de hoje é uma complexa combinação genetica de carijós legítimos, remanescentes dos primeiros plymouth rock introduzidos no país com outras raças rústicas, entre as quais a new hampshire e Rhode Island Red (responsáveis pela transmissão da cor vermelha) e outras raças de frango de corte.
Opção viável
Ao apresentar o índio gigante, um frango nascido da mistura de raças, alguns de briga, Pupulim também se lembra do frango carijó ou colorido alternativo.
"Ele foi melhorado a partir do cruzamento de várias raças com características rústicas, e pode ser considerado hoje a melhor opção para pequenos produtores cansados de insistir na galinha caipira de fundo de quintal, economicamente inviável por ser pouco produtiva, ou ainda sem condições de montar um plantel de frangos industriais".
Com matrizes adquiridas em feiras especializadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, ele também cria raças ornamentais. Percorrendo os galpões, mostra algumas, entre as quais, a brahma light e conchinchina azul. "São poedeiras por excelência", disse.
A exemplo de outras regiões brasileiras, o noroeste paranaense ainda não tem uma raça pura, nem híbrida. A predominância de galinhas importadas dita as regras quando se quer competir. "O pinto de um dia tem genética importada. Se conseguirmos melhorar, teremos mais ovos e menos dependência. Poucos países, talvez uns dez, dominam a genética", afirmou.