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Greening pode reduzir produção em SP e MG em 24%

Consultor enfatiza a importância do controle do psilídeo-dos-citros


Foto: David Bartels, USDA

O avanço do greening nas áreas citrícolas de São Paulo e Minas Gerais deverá ultrapassar 50% na temporada 2024-25, segundo avaliação do consultor Gilberto Tozatti, da Tozatti Citrus Consulting. A baixa cotação da caixa de laranja de 40,8 kg nos últimos anos desmotivou produtores a investirem no controle da doença, resultando em um aumento significativo do psilídeo-dos-citros (Diaphorina citri), vetor do greening.

Tozatti, membro do Grupo de Consultores em Citros (GCONCI), destacou que a prevalência do greening saltará de 38% para mais de 50% dos pomares da região. Ele coautora, junto a Maurício Mendes e Rodolfo Castro, de um modelo matemático que prevê tendências de redução de área plantada e produção de laranja na próxima década, utilizando dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

De acordo com estimativas do Fundecitrus, o greening deve causar uma redução de 24% na produção de laranja na temporada 2024-25, totalizando 232,8 milhões de caixas, o menor volume das últimas dez safras. Apesar disso, Tozatti acredita que a citricultura em São Paulo e Minas Gerais permanecerá viável a médio e longo prazos, desde que se adote práticas adequadas de manejo da doença.

O consultor enfatiza a importância do controle do psilídeo-dos-citros, que se tornou essencial para evitar reinfecções e agravamento dos sintomas. Ele recomenda um "tripé básico" para enfrentar a doença: erradicação de plantas sintomáticas, controle do psilídeo e uso de mudas protegidas. Adicionalmente, fatores como localização dos pomares, variedades de porta-enxertos, nutrição das plantas e fertilidade do solo também são cruciais.

Tozatti explica que, dependendo da idade do pomar, nem todas as plantas sintomáticas são erradicadas, mantendo aquelas que ainda produzem. Ele ressalta a necessidade de práticas de nutrição diferenciada, uso de fertilizantes organominerais, microrganismos de solo, irrigação e ferti-irrigação para preservar os pomares e seus benefícios econômicos e sociais.

Estudos conduzidos por Tozatti indicam que, mesmo sob alta pressão do greening, é possível obter retorno financeiro na citricultura. O manejo adequado começa pelo monitoramento eficaz do psilídeo, utilizando armadilhas e inspeções focadas nos brotos jovens das plantas, onde ocorre a oviposição do inseto. Caso necessário, inseticidas são aplicados de forma rotativa para evitar resistência do vetor.

Segundo Tozatti, os custos com inseticidas para o manejo do psilídeo correspondem a aproximadamente 13% do custo total de produção por safra. "Estamos em um processo evolutivo, buscando o timing correto de aplicação de inseticidas conforme a fisiologia da planta, para um controle mais eficiente e para quebrar o ciclo do psilídeo", conclui.

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