O Grupo Cosan, maior companhia individual sucroalcooleira, assumiu o controle da Usina Junqueira, de Igarapava (SP), da Fundação Sinhá Junqueira. A assinatura da parceria foi fechada quinta-feira, segundo fontes do setor. A negociação é considerada estratégica para o grupo e dá início ao processo de expansão da companhia para a região norte de Ribeirão Preto (SP). Ao assumir o controle da Junqueira, o grupo passa a administrar 11 usinas de açúcar e álcool no País. A companhia arrendou as instalações industriais e agrícolas da empresa, que processa 1,8 milhão de toneladas de cana-de-açúcar.
Outra grande tacada do grupo é a negociação de maior participação na Usina da Barra, de Barra Bonita (SP), que pertence ao empresário Sérgio Ometto, primo de Rubens Ometto Silveira Mello, presidente da Cosan. Atualmente os Silveira Mello detêm 20% de participação na Barra, que também controla a usina Santa Adelaide, em Dois Córregos (SP). Se concretizar o negócio, a Cosan passará a controlar 13 usinas sucroalcooleiras, tornando-se líder isolada no ranking de processamento de cana-de-açúcar, com mais de 20 milhões de toneladas.
No mercado, o grupo Cosan é considerado um dos mais capitalizados do setor e Silveira Mello já é conhecido como "o rei do açúcar". A companhia tem em São Paulo alguns pólos de produção de açúcar e álcool nas regiões de Piracicaba, de Jaú e de Araçatuba. Neste ano, Silveira Mello envolveu-se em um dos mais importantes negócios do setor. Como tem parceria comercial com a francesa Union Sucreries et Distilleries de l’Aisne (Union SDA) em três usinas de São Paulo, a Cosan negocia participação acionária em uma multinacional. A Cosan e Union SDA, junto com a Sucden, criaram a Franco Brasileira de Açúcar e Álcool S.A. (FBA). As duas empresas têm participação de 47,5% cada uma e a Sucden, 5%. A FBA controla as usinas Univalem, Ipaussu e Gasa.
Neste momento, a Union SDA negocia a compra da segunda maior companhia sucroalcooleira da Europa, a Béghin-Say, e oferece à Cosan participação no negócio.
Os grupos Cosan e J. Pessoa foram praticamente os únicos que se aventuraram a investir em um momento de incertezas político e econômicas. Há dois meses, o empresário José Pessoa de Queiroz Bisneto adquiriu a usina Santa Cruz, em Campos (RJ), considerada uma das mais eficientes do setor.
Tradicionalmente, os empresários sucroalcooleiros vão às compras quando o cenário do setor é de crise, como ocorreu há três anos. Mesmo com a queda dos preços internacionais do açúcar, que acumulam desvalorização de 30% nos últimos doze meses, a situação do setor não é de crise.
Segundo algumas fontes do mercado, a expectativa é de haja desaceleração de aquisições envolvendo usinas em razão das turbulências econômicas do Brasil. A retomada dos investimentos é esperada somente para 2003.
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