Grupo Maeda entra no mercado de cana-de-açúcar
A primeira etapa prevê moagem de 1,3 milhão de toneladas de cana já em 2008
A Tropical Bio Energia S.A. é o mais novo empreendimento constituído pelo Grupo Maeda, um dos líderes na produção de algodão do país, e pela Usina de Açúcar e Álcool MB Ltda, joint venture entre a Vale do Rosário e a Santa Elisa, duas gigantes do setor sucro-alcooleiro.
A nova empresa irá operar no sudoeste goiano com sede em Edéia (GO) e irá produzir açúcar e álcool para os mercados internos externos, além de co-gerar energia elétrica. A primeira etapa do empreendimento prevê moagem de 1,3 milhão de toneladas de cana já no ano de 2008 e atingirá plena capacidade em 2010 com 2,5 milhões de toneladas. A segunda etapa, prevê atingir 5 milhões de tonelada de moagem e, co-geração de energia elétrica.
O valor do investimento na primeira etapa será de R$ 200 milhões, sendo 80% financiados e 20% com recursos próprios. O Rabobank foi o banco escolhido para liderar as operações de financiamentos, que irão incluir linhas do BNDES, e operações de Pré-pagamento de exportações. A operação poderá ser sindicalizada entre outros bancos.
A Tropical BioEnergia irá plantar cana de açúcar em 15 mil hectares de terras que o Grupo Maeda possui no sudoeste goiano, além de fomentar a produção de cana em outras propriedades rurais da região, que possuem terras férteis, clima privilegiado e águas em abundância por estarem localizadas num delta formado por dois rios: Rio Turvo e dos Bois.
Outro diferencial da Tropical será a sua política de suprimento de cana de açúcar, que prevê o plantio pela própria usina, mas irá também fomentar o fornecimento de matéria-prima pelos próprios produtores da região, fazendo que eles “se integrem ao setor”, segundo Cícero Junqueira, vice-presidente da Vale do Rosário e diretor da Usina MB. Evitando com isso, o deslocamento dos fazendeiros de suas atividades agrícolas. Esse enfoque é a “chave da sustentabilidade do empreendimento a longo prazo”, segundo Jorge Maeda, presidente executivo da Maeda.
A implantação da Tropical trará baixo ou pouco impacto ambiental, uma vez que os canaviais serão formados em terras que o Grupo Maeda já explora há mais de 30 anos na produção de soja, não sendo necessário nenhum tipo de desmatamento. A Tropical espera conseguir licença ambiental de instalação até o final desse ano.
Esse empreendimento tem na logística de escoamento de sua produção para o mercado doméstico e exportação, um dos seus diferenciais competitivos, tanto pela sua proximidade da hidronavegação através do Rio Paranaíba, quando pelo alcoolduto que ligará Senador Canedo (GO) a Paulínia (SP), projeto esse já anunciado pela Petrobrás. Além de se localizar a menos de 800 km do porto de Santos (SP) por rodovias.