Guerra comercial prejudicou os dois países
"O agricultor norte-americano realmente pagou pela guerra comercial de várias maneiras"
Tanto os Estados Unidos quanto a China sofreram mais danos da guerra comercial do que o esperado, disse Blu Putnam, economista-chefe e diretor-gerente do CME Group, na sessão de abertura da conferência anual do Global Markets Outlook da INTL FCStone. A China sentiu pressão inicial e os Estados Unidos sentiram mais pressão à medida que a guerra comercial continuava, especialmente nos setores automobilístico e agrícola, disse Putman.
"O agricultor norte-americano realmente pagou pela guerra comercial de várias maneiras", disse ele. Putnam sugeriu que uma resposta imediata a um acordo comercial com a China seria "compre o boato, venda o fato". O ponto-chave para um acordo será se as tarifas sairão ou não. Ao mesmo tempo, ele sugeriu que a Casa Branca, dirigida por democratas, "rejeitaria qualquer acordo" com a China.
A remoção de tarifas também afetará o país caso o Canadá aprove o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que ele sugeriu ser o Acordo de Livre Comércio da América do Norte sob um novo nome. Ele disse que a "falta de aprovação do Congresso pode não importar" se os Estados Unidos decidirem honrar o USMCA de qualquer maneira.
O especialista indicou também que populações envelhecidas nos Estados Unidos e na China afetarão o crescimento econômico daqui para frente. Nos Estados Unidos, 16% da população tinha mais de 65 anos de idade em 2018 e cerca de 21% até 2030. Na China, cerca de 11% tinham mais de 65 anos no ano passado e 17% até 2030.
Nos Estados Unidos, a economia mostrou sinais de fortalecimento e uma economia em crescimento pode assumir mais dívidas, afirma Putnam. "A dívida não causa recessões. As economias precisam de dívidas para crescer", conclui.
