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Ibovespa tem segunda maior queda do ano

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou esta terça-feira abaixo dos 56 mil pontos


A Bolsa de Valores de São Paulo fechou esta terça-feira (24-07) com forte queda do Ibovespa, abaixo dos 56 mil pontos, depois que a manutenção do viés negativo durante toda a jornada deflagrou ordens de zeragem de posição. Dados corporativos mais fracos que as previsões e a retomada dos temores com os problemas do setor de hipotecas subprime (alto risco) nos Estados Unidos minaram o humor dos investidores em Wall Street, afetando as operações brasileiras.

O Ibovespa terminou com queda de 3,86%, aos 55.794 pontos. Foi a segunda maior variação negativa do ano, atrás apenas do declínio de 6,63% apurado em 27 de fevereiro. A pontuação foi a menor desde o último dia 4 de julho, quando fechou a 55.696 pontos. Ao longo do dia, o indicador oscilou da mínima de 55.165 pontos à máxima de 58.056 pontos. O volume financeiro alcançou R$ 5,83 bilhões.

"Ordens generalizadas de stop loss", resumiu o gestor de renda variável da Ático Asset Management, Fernando Barbará, referindo-se ao movimento em que o investidor zera sua posição em um ativo, a partir de um preço determinado. "O mercado assumiu um tom negativo, que acarretou níveis de stop", disse. "E, na medida que se rompe níveis importantes de suporte, aumentam os volumes na hora das vendas", reforçou o operador de outra corretora em São Paulo.

"Outro fato que não pode ser descartado é o de que a Bovespa vinha subindo sucessivamente e o mercado já esperava uma correção dos preços", acrescentou o analista de investimentos e sócio da Provento Educacional, Gustavo Freitas. "No gráfico do Ibovespa, observa-se que o indicador estava muito esticado. E este tipo de comportamento não se sustenta por muito tempo", complementou o profissional. E a queda das bolsas de Nova York colaborou com o processo.

Em Wall Street, o indicador acionário Dow Jones perdeu 1,62%, aos 13.716,95 pontos, após balanços de empresas como American Express, Texas Instruments e Dupont, mais fracos dos que as previsões. A preocupação com as hipotecas de alto risco nos EUA foram reavivadas hoje, depois que a Countrywide Financial Corp., maior empresa norte-americana de financiamento imobiliário, anunciou hoje queda de 33% no lucro do segundo trimestre.

"Além do resultado ruim da maior financiadora de crédito imobiliário dos EUA, um relatório do Citigroup mostrou inadimplência maior em hipotecas de menor risco em relação aos créditos do tipo subprime, o que ajudou a azedar o clima", explicou o analista da Prosper Gestão de Recursos, Gustavo Barbeito Lacerda. "E o patamar elevado dos índices acionários acaba facilitando correções maiores", reforçou o especialista.

De volta à bolsa paulista, apenas dois dos 59 papéis que compõem o Ibovespa fecharam o dia em alta: Telemar Norte Leste Participações PNA (TMAR5), com elevação de 3,62%, a R$ 61,50; e Tele Norte Leste PN (TNLP4), com acréscimo de 3,12%, a R$ 41,25. Não por acaso, as duas ações foram influenciadas pela oferta pública de aquisição do grupo Oi (ex-Telemar), que comprou 10 milhões de ações TMAR5, de um total de 39,19 milhões em circulação no mercado.

A aquisição do grupo Oi representa menos de 1/3, ou 25,75% das ações preferenciais de classe A da Telemar Norte Leste (TMAR5) em circulação no mercado. Nem o preço de R$ 67,50 por ação (um prêmio de 28,84% ante o preço mínimo oferecido até ontem, de R$ 52,39, e um ganho de 28,2% sobre o lance inicial do leilão hoje) animou todos os investidores que registraram suas 17.860.656 ações na oferta a venderem seus papéis para os controladores.

As maiores quedas do indicador acionário paulista foram registradas por Brasil Telecom Participações ON, com declínio de 8,16%, a R$ 45; Telesp PN, com decréscimo de 6,85%, a R$ 60,10; e Sadia S.A. PN, com recuo de 6,17%, a R$ 8,96.

As ações PN da Petrobras, que respondem pela maior fatia do Ibovespa, de 13,85%, caíram 5,61%, a R$ 54,27 - na sétima posição entre as maiores baixas do índice. Os papéis da estatal brasileira foram afetados pelo recuo nos preços do petróleo no cenário internacional. Em Nova York, o contrato do tipo WTI para setembro fechou a US$ 73,56, com queda de US$ 1,33. Na City londrina, o Brent para o mesmo vencimento cedeu US$ 1,78, a US$ 75,08.

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