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ILPF traz redução de pragas

Pesquisa aponta que os sistemas integrados afetam insetos como cigarrinha, lagarta e percevejo


Foto: Marcel Oliveira

As pragas representam grandes perdas na agricultura todos os anos. Imagine uma lavoura sem cigarrinha na pastagem, lagarta desfolhadora no eucalipto e diminuir os percevejos na soja. Isso é possível em propriedades que adotam a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. A constatação é de pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril (MT). 

Os sistemas integrados alteram a dinâmica de insetos pela interação entre a variação de espécies adotadas na área. A cigarrinha da pastagem é a maior vilã das forrageiras. O inseto adulto suga a seiva da folha e libera enzimas que causam o amarelamento e posterior morte das folhas do capim. Com isso, o pasto perde produtividade e a capacidade de suporte de animais. Quando adotada a ILP,com rotação anual, com lavoura no verão seguida de pastagem no inverno, o inseto não se desenvolve.

De acordo com o pesquisador Rafael Pitta, como nessa estratégia de ILP a pastagem é semeada entre fevereiro e março, a forrageira terá maior volume de massa já no fim do período chuvoso, o que não dá tempo para o desenvolvimento da praga devido a suas características biológicas. Com a ausência da praga, os produtores economizam cerca de R$ 80 por hectare somente em inseticidas. 

Já em ILPF foi observado que a lagarta desfolhadora (Glena unipennaria) do eucalipto não ocorre. Ela é capaz de causar até 50% de desfolha em áreas de controle cultivadas somente com a árvore e tem grande incidência em lavouras de Minas Gerais e São Paulo. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a incidência de luz é a responsável pela mudança no comportamento.“Observamos isso em sistemas com linhas triplas de eucalipto. Talvez em áreas com maior número de linhas esse efeito da bordadura possa não ser observado em todas as árvores”, observa Pitta.

A integração de lavoura com árvores também resultou em maior diversidade de espécies de insetos na soja.  A existência de inimigos naturais reduz os danos que poderiam ser causados na planta. Na lavoura os percevejos marrons demonstraram maior ocorrência na faixa que não é afetada pela sombra das árvores. Já os percevejos barriga verde tiveram comportamento oposto, preferindo as áreas que ficam sombreadas em parte do dia.  
 

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