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IMAmt apresenta nova cultivares de soja e alternativas de manejo em Dia de Campo

Objetivo é dar mais sustentabilidade ao sistema produtivo adotado pela maioria dos cotonicultores de Mato Grosso


Com o objetivo de tornar mais sustentável o sistema produtivo adotado hoje pela maioria dos cotonicultores de Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) promoveu Dia de Campo para apresentar novas cultivares de soja e alternativas de manejo da cultura.  No último sábado (27 de janeiro), produtores, consultores, pesquisadores e técnicos reuniram-se no Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica do Núcleo Regional Norte, em um Dia de Campo, que foi o primeiro do gênero.

"Hoje, mais de 85% do algodão produzido em Mato Grosso é cultivado em segunda safra, imediatamente após a colheita da soja, e os associados da Ampa são responsáveis por mais de 25% da soja produzida no estado. Esse sistema, que veio para ficar, também enfrenta alguns desafios e isso motivou a equipe do IMAmt a buscar soluções para assegurar o futuro dessa atividade", comenta Alexandre Schenkel, presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).

Ao lado de Orcival Gouveia Guimarães, presidente do Núcleo Regional Norte (que engloba as regiões de Lucas do Rio Verde e Sorriso), e de Alvaro Salles, diretor executivo do IMAmt, Schenkel assistiu ao lançamento de duas novas cultivares de soja que já estão sendo comercializadas. Na oportunidade, também conheceu outras variedades desenvolvidas pelo IMAmt que ainda serão lançadas.  Todas elas têm em comum o fato de serem variedades precoces de soja com tolerância a nematoides e à ferrugem asiática.

Doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a ferrugem asiática é uma das maiores ameaças à sojicultora em Mato Grosso, enquanto os nematoides são vermes de solo que comprometem tanto a cultura de soja quanto a de algodão. "A manutenção do sucesso da sucessão soja-algodão depende de contar com variedades de soja que não sejam multiplicadoras de nematoides", explica Salles, referindo-se principalmente a Meloidogyne incógnita, conhecido como nematoides das galhas, que ataca igualmente as duas culturas.

Outra preocupação da equipe do IMAmt é conferir às variedades de soja tolerância ao excesso de umidade que costuma marcar o momento da colheita (janeiro), para evitar perdas e prejuízos aos produtores que realizam as operações de plantio de algodão nesse período.

Adensamento – Durante o Dia de Campo, que contou com as presenças de Márcio de Souza, coordenador de Projetos e Difusão de Tecnologias do IMAmt, e dos pesquisadores melhoristas Alfeo Trecenti e Alberto Souza Boldt, também foram apresentadas novas alternativas de manejo visando maximizar os resultados alcançados pelos produtores que se dedicam ao cultivo do algodão pós soja.  A equipe mostrou ser possível aumentar o rendimento das lavouras de soja utilizando variedades que permitam maior adensamento de plantas.  A utilização dessas variedades (do IMAmt e outras) em fileiras duplas comprovou a possibilidade de se elevar a produtividade em mais de 15%, aumentando a rentabilidade da cultura.

O produtor Orcival Guimarães elogiou muito o Dia de Campo, do qual participou ao lado de três gerentes do Grupo Boa Esperança (Sandro Barrachi, Cirineu Bezerra de Oliveira e Fernando Pereira Souza). "Foi tudo muito bom: a apresentação de novos materiais e a possibilidade de troca de ideias com os pesquisadores e outros produtores. Tem muita coisa boa que podemos fazer junto com o IMAmt", comentou. Ele ficou especialmente impressionado com a possibilidade de cultivo de variedades de soja num novo arranjo espacial, com o maior adensamento das plantas. "Isso pode representar ganhos de produtividade de até 20%", afirmou.

A opinião do presidente do Núcleo Regional Norte é compartilhada por Sandro Barrachi, gerente de Produção de três fazendas do Grupo Boa Esperança. "A gente costuma plantar no espaçamento entrelinhas de 45 x 45. Achei muito interessante a possibilidade de plantio nesse arranjo espacial de 25 x 50 que, segundo o Alfeo, está dando 20% a mais de produtividade em alguns casos. Pretendo fazer isso nas nossas áreas de Lucas do Rio Verde onde já fazemos plantio de soja super precoce", disse o gerente, que também elogiou os novos materiais apresentados pelo IMAmt no Dia de Campo.

Manejo de plantas daninhas e controle de tiguera de algodão - Outro aspecto abordado durante o Dia de Campo foi o manejo de plantas daninhas na cultura da soja, com foco no controle de tiguera de algodão em meio à soja (tiguera de algodão resistente a glifosato). Especialista no tema, o pesquisador Edson R. de Andrade Junior do IMAmt falou sobre os principais herbicidas e doses a serem utilizados, e também sobre a seletividade desses produtos para a cultura da soja. Ele abordou ainda o controle das plantas daninhas que atualmente apresentam maior dificuldade de manejo, como Capim-amargoso, Buva e Capim-pé-de-galinha.

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