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Importação de trigo será menor este ano


O abastecimento do mercado brasileiro de trigo está seguindo duas novas tendências esse ano: importação cerca de 10% menor, tendo em vista a boa perspectiva de aumento da safra brasileira, e a manutenção de parte das importações de fornecedores dos EUA e de países do Leste Europeu, como alternativa ao trigo argentino, que esse ano sofreu novo um revés na produção.

Segundo Roland Guth, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), os moinhos estimam importar esse ano perto de 6,8 milhões de toneladas, das quais 6 milhões da Argentina, que é o principal fornecedor do Brasil, e mais 800 mil de outros mercados. "A maior parte, cerca de 600 mil toneladas, dos EUA, e 200 mil de países como Polônia e Ucrânia."

A manutenção das compras na região do Leste Europeu - o Brasil importou de lá no ano passado volume próximo a 800 mil toneladas -, segundo Guth, faz parte da estratégia dos moinhos de manter fornecedores alternativos para o produto argentino. Além de aumentar a garantia de abastecimento, a manobra ajuda nas negociações com a Argentina, não só de preço mas também com relação à qualidade do produto.

A Argentina é de longe o principal fornecedor do Brasil. Nesse começo de ano, o País já importou 1,18 milhão de toneladas, dos quais 1,14 milhão provenientes da Argentina, ou seja, 97%. "Acreditamos que esse ano o volume trazido da Argentina caia, limitando-se a 6 milhões de toneladas, ante as 6,4 milhões do ano passado." Além das dificuldades próprias da economia argentina e da quebra da safra (de 14,5 milhões para 12,5 milhões de toneladas) a diminuição leva em conta o crescimento da safra nacional.

As estimativas são de uma colheita da ordem de 4,1 milhões de toneladas, cerca de 40% maior que do ano passado, quando houve quebra por motivos climáticos. Para esse ano está previsto o aumento de área, motivado pelos bons preços internacionais. Segundo a consultoria Safras & Mercado, (os preços do tipo "hard red winter" alcançaram ontem entre US$ 152 e US$ 153 por tonelada, fechando em alta, em relação à perspectiva de aumento na ajuda alimentar ao Iraque no pós-guerra.

Segundo o analista Aldo Francisco Carneiro Lobo, o consumo interno está estimado em 10,29 milhões de toneladas e as importações devem ficar em cerca de 6,6 milhões, tendo em vista uma safra interna da ordem de 4,1 milhões. Segundo ele, os estoques brasileiros têm-se mantido baixos e o ano comercial (julho) deve encerrar com volumes na faixa de 453 mil toneladas (268 mil toneladas em 2001 e 375 mil em 2002).

Segundo a Safras & Mercado, o trigo dos EUA chega aos portos do Nordeste a US$ 195,20 por tonelada e o proveniente da Argentina, por US$ 181,35. No Sudeste, o grão americano chega a US$ 200 e o argentino, a US$ 179,50.

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