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Importações brasileiras de matérias-primas para fertilizantes crescem 27,4%


As importações brasileiras de matérias-primas para fertilizantes cresceram 27,4% nos primeiros oito meses desse ano, comparativamente ao mesmo período do ano passado. Segundo levantamentos da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o volume de fertilizantes que chegou a País entre janeiro e agosto passou de 6,84 milhões de toneladas em 2002 para 8,71 milhões este ano. A previsão da entidade é de que o volume total desse insumo consumido pela agricultura atinja neste ano 20,5 milhões de toneladas, 7% mais do que no ano passado.

"A forte demanda do setor agrícola é o principal motivo para o aumento das importações. A surpresa esse ano foi o consumo das lavouras do milho safrinha", afirma Carlos Alberto Pereira da Silva, diretor-secretário da Anda.

A venda de adubos nos primeiros meses do ano, tendo em vista o preparo das lavouras de inverno, em especial as de milho, cresceram mais de 22% no mercado interno. Só no Rio Grande do Sul as vendas de fertilizantes aumentaram 34% no primeiro trimestre e no mês de março 55%.

Maior demanda

"Esse ano o produtor, além de mais capitalizado com os resultados da soja, sentiu-se motivado tendo em vista a boa sustentação do preço do milho", analisa. Além da safra de inverno, o preparo das próximas lavouras de verão, safra 2003/04, também está demandando mais volume. "Até o mês de agosto a demanda interna cresceu 9%. Considerando que a tendência agora é de cair gradativamente, estimamos que, no balanço do ano, o consumo interno do produto deverá ficar pelo menos 7% maior que o do ano passado", afirma.

A necessidade de ampliar as exportações está ligada também ao fato de que a capacidade instalada da produção nacional atende somente cerca de 40% da demanda. "Todos os misturadores no País se vêem obrigados a importar insumos, tendo em vista as limitações internas", diz Edézio Castelassi, diretor da empresa paranaense de adubos Macrofertil, e presidente do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos).

Sua avaliação é de que um eventual aumento da produção nacional desses insumos dependeria de pesados investimentos e longo prazo. Segundo Silva, da Anda, enquanto a demanda por adubos cresceu 9% até o mês passado, a produção interna de fertilizantes cresceu somente 4%. "Insumos como o enxofre dependem praticamente 100% de importação. Além disso, mesmo nos itens onde há produção interna, ela não é suficiente para atender o consumo."

Baixos estoques

A indústria nacional importa uréia, sulfato de amônio, fosfatos de amônio, super fosfatos e cloreto de potássio. Esses insumos são trazidos de países da Europa, Canadá, EUA, Rússia, entre outros. Outro motivo para o forte aumento das importações seriam também os baixos estoques de passagem do ano passado para esse ano. Entre outros, porque além do forte consumo na safra 2002/03, os preços internacionais registraram fortes aumentos.

Segundo dados da Anda, alguns produtos tiveram sua cotação internacional reajustadas em mais de 50%. Foi o caso da uréia importada da Rússia, cujo preço, que em setembro de 2002 era de US$ 90 a tonelada, chegou a US$ 150 em agosto desse ano, o que significa um aumento de 67%. O fosfato de amônia foi reajustado, em média, 15% no mesmo período.

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