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Incentivo ao produtor rural é novo alvo do Santander Banespa


O banco privado Santander Banespa passará, a partir do final do mês de abril, a realizar operações com Cédulas do Produto Rural (CPR). A afirmação é do vice-presidente executivo do Grupo Santander Banespa, Pedro Coutinho. A meta do banco é cobrar taxas menores do que as praticadas no mercado e acirrar a concorrência com o Banco do Brasil, até então o maior operador de CPRs do país com aval de instituição financeira. Inicialmente, serão negociados boi gordo, café, açúcar e soja, mas o leque deve ser ampliado.

“Queremos promover a concorrência, já que cerca de 80% dos negócios da agricultura brasileira são feitos dessa forma”, afirma Coutinho. Segundo o executivo, o banco utilizará os leilões de CPR da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e canais de distribuição na rede. “Vamos usar nossas 84 salas de corretagem de ações que já existem nas agências com terminais da bolsa. Há também terminais para o cliente operar como se fosse seu próprio escritório.”

O Santander Banespa está apenas finalizando a parte tecnológica do processo e aguardando o aval da matriz espanhola. “Queremos lançar a CPR na Agrishow, que será realizada no final de abril. Até lá, não temos os detalhes de volumes a serem negociados.” No ano passado, as operações do Banco do Brasil com CPR alcançaram algo em torno de R$ 1 bilhão em 2002. Para este ano, a expectativa é chegar a R$ 1,2 bilhão.

O mercado de CPR – título por meio do qual o agricultor antecipa dinheiro junto ao mercado sob o compromisso de entrega futura de sua produção – movimenta algo entre R$ 5 bilhões e R$ 15 bilhões. Fora o crédito rural, a CPR é uma das opções de obtenção de crédito para o setor rural em função da agilidade e custo baixo. Os juros giram em torno de 20% ao ano. Prevalecem as operações na modalidade CPR de “gaveta” (sem aval de instituição financeira) que praticamente substituíram as operações de troca de produto por insumo e a venda antecipada.

Crédito

O Banespa está conservador em relação ao crescimento das operações de crédito agrícola para este ano. “Esperamos manter o mesmo patamar se a crise econômica não der uma trégua”, afirmou Coutinho. No ano passado, o banco liberou recursos próprios de R$ 881 milhões, total 6,9% superior ao de 2001. Os setores que mais se beneficiaram com as operações foram: bovinos (23%), milho (16%), frutas cítricas (11%) e soja e cana-de-açúcar (ambas com 10%). Somando o repasse agrícola do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – R$ 169 milhões – o banco liberou R$ 980 milhões.

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