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Índice de Preços ao Produtor (IPP) sobe 1,94%

Alimentos: terceiro mês consecutivo de variação positiva nos preços, 1,87%. Com isso, a variação acumulada até abril foi de 5,17% e, em 12 meses, de 16,23%.


Foto: Divulgação

Em abril de 2022, os preços da indústria subiram 1,94% frente a março, número inferior ao da comparação entre março e fevereiro (3,12%). O acumulado no ano atingiu 6,94%. O acumulado em 12 meses (18,00%). Em abril, das 24 atividades analisadas, 18 tiveram alta de preços.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

Em abril de 2022, os preços da indústria subiram 1,94% frente a março. As quatro maiores variações foram em: indústrias extrativas (-11,54%); refino de petróleo e biocombustíveis (6,57%); farmacêutica (6,51%); e metalurgia (6,00%). As maiores influências ocorrem em: refino de petróleo e biocombustíveis (0,80 ponto percentual); indústrias extrativas (- 0,70 p.p.), outros produtos químicos (0,45 p.p.) e alimentos (0,44 p.p.).

O acumulado no ano atingiu 6,94%, ante 4,91% em março/2022. As maiores variações foram em: refino de petróleo e biocombustíveis (22,80%), indústrias extrativas (16,19%), outros produtos químicos (9,24%) e bebidas (8,72%). Já os setores de maior influência foram: refino de petróleo e biocombustíveis: 2,54 p.p., alimentos: 1,23 p.p., outros produtos químicos: 0,95 p.p. e indústrias extrativas: 0,79 p.p..

O acumulado em 12 meses foi de 18,00%, ante 18,29% em março/2022. As quatro maiores variações foram: refino de petróleo e biocombustíveis (52,14%); outros produtos químicos (37,04%); fabricação de máquinas e equipamentos (22,56%); e produtos de metal (21,75%). As maiores influências foram em refino de petróleo e biocombustíveis (5,17 p.p.); alimentos (3,85 p.p.); outros produtos químicos (3,33 p.p.); e veículos automotores (1,01 p.p.).

A variação de preços de 1,94% em relação a março repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 0,14% de variação em bens de capital; 1,31% em bens intermediários; e 3,37% em bens de consumo, sendo 1,86% em bens de consumo duráveis   e 3,66% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A principal influência dentre as Grandes Categorias Econômicas foi exercida por bens de consumo, cujo peso na composição do índice geral foi de 34,46% e respondeu por 1,15 p.p. da variação de 1,94% nas indústrias extrativas e de transformação. Completam a lista bens intermediários, com influência de 0,78 p.p. e bens de capital com 0,01 p.p.. No caso de bens de consumo, a influência observada em abril se divide em 0,10 p.p. bens de consumo duráveis, e 1,05 p.p. bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado no ano (6,94%), a variação foi de 3,59%, em bens de capital; 7,38% em bens intermediários; e 6,87% em bens de consumo - sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 3,78%, e bens de consumo semiduráveis e não duráveis acumulou 7,46%.

Em termos de influência no resultado acumulado até abril, bens de capital foi responsável por 0,25 p.p. dos 6,94% verificados na indústria geral. Bens intermediários respondeu por 4,33 p.p., e bens de consumo exerceu influência de 2,37 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,21 p.p. de bens de consumo duráveis e 2,16 p.p. de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 15,51%. Os preços dos bens intermediários variaram 18,13% e a variação em bens de consumo foi de 18,25%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 13,88% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 19,10%.

Em relação às influências, com peso de 58,90% no cálculo do índice geral, bens intermediários foi responsável por 10,67 p.p. dos 18,00% de variação acumulada em 12 meses. Houve, ainda, influência de 6,27 p.p. de bens de consumo e de 1,05 p.p. de bens de capital. O resultado de bens de consumo foi influenciado em 0,78 p.p. por bens de consumo duráveis e em 5,50 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Indústrias extrativas: desde dezembro de 2021 (-12,77%) não se observava uma variação negativa de preços no setor, o que ocorreu em abril (-11,54%). O acumulado no ano chegou a 16,19% e o acumulado em 12 meses a -10,95%, o terceiro resultado negativo consecutivo nessa comparação. A última vez em que se observou um resultado negativo de dois dígitos foi em julho de 2016, -11,88%.

O destaque dado ao setor se deve por ser a variação mais intensa na comparação abril contra março (a única negativa entre as quatro destacadas) e a segunda maior no acumulado. Em termos de influência, foi a segunda no indicador mensal (-0,70 p.p., em 1,94%) e a quarta no acumulado no ano (0,79 p.p., em 6,94%).

Os dois produtos de maior peso, “óleos brutos de petróleo” e “minério de ferro e seus concentrados, exc. pelotizado/sinterizado”, apresentaram variações de preços negativas (o que não ocorria desde dezembro de 2021), em linha com o mercado internacional.

Alimentos: terceiro mês consecutivo de variação positiva nos preços, 1,87%. Com isso, a variação acumulada até abril foi de 5,17% e, em 12 meses, de 16,23%.

O destaque do setor se deve ao fato de ter sido a quarta maior influência no indicador mensal (0,44 p.p., em 1,94%) e a segunda maior no acumulado no ano (1,23 p.p., em 6,94%) e no acumulado em 12 meses (3,85 p.p., em 18,00%).

Em abril, o real teve uma apreciação de 4,2% em relação ao dólar (no ano a apreciação é de 15,8%, e, em 12 meses, de 14,5%), pressionado negativamente os preços das commodities, como “resíduos da extração de soja”, único produto com variação negativa de preços. Além do câmbio, pesa sobre o produto o final da safra. Os preços dos demais produtos (“carnes e miudezas de aves congeladas”, “leite esterilizado / UHT / Longa Vida” e “açúcar VHP (very high polarization)”) foram impactados por questões de oferta. A captação do leite nas bacias leiteiras tem estado baixa e, ao mesmo tempo, os custos têm aumentado, o que pressiona os preços do leite esterilizado. Já os preços do açúcar e da carne de frango, a despeito da apreciação do real, têm aumentado pela pressão de demanda do mercado internacional. Os quatro produtos de maior influência responderam por 0,30 p.p., de 1,87%, o que significa que 1,57 p.p. foi a influência dos demais 39 produtos que compõem a amostra do setor.

Dos seis grupos abertos, apenas dois tiveram, na passagem de março para abril, variações de preços menores do que a média, “fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais”, -1,96%; e “fabricação e refino de açúcar”, 0,22%. Estes setores, em termos de peso, só perdem para “abate e fabricação de produtos de carne”, cuja variação foi de 2,96%, a terceira maior – atrás de “laticínios” (8,69%) e “torrefação e moagem de café” (3,73%). No acumulado no ano, cuja a taxa é de 5,17%, novamente dois setores apresentaram variação abaixo da média, “abate e fabricação de produtos de carne (2,30%) e “fabricação e refino de açúcar” (-9,55%), sendo que a maior variação foi observada em laticínios (23,99%). Por fim, na comparação abril de 2022 contra abril de 2021, abaixo dos 16,23%, estão novamente “abate e fabricação de produtos de carne” (10,75%) e “fabricação e refino de açúcar” (8,99%), além de “moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais” (15,98%).

Refino de petróleo e produtos de álcool: o setor teve a quarta variação positiva consecutiva, 6,57%. O acumulado no ano chegou a 22,80% e o acumulado em 12 meses a 52,14%.

O setor se destacou por ter a segunda maior variação no indicador mensal (sendo que a primeira é a variação negativa dos preços das indústrias extrativas), a primeira no acumulado no ano e no acumulado em 12 meses e por ser a maior influência nos três indicadores: no mensal (0,80 p.p., em 1,94%);  no acumulado no ano (2,54 p.p., em 6,94%); e  no acumulado em 12 meses (5,17 p.p., em 18,00%).

“Óleo diesel” e “gasolina, exceto para aviação”, os dois produtos de maior peso no cálculo, não figuram entre as principais variações de preços na passagem de março para abril, mas estão entre as principais influências nos três indicadores.

Outros produtos químicos: a indústria química, no mês de abril, apresentou uma variação de 4,37%, acumulando nos dois últimos meses uma variação de preços de 10,39%. Os resultados estão ligados principalmente aos preços internacionais, com impacto nos custos de aquisição das matérias-primas, especialmente dos produtos ligados a adubos e herbicidas.

O setor se destacou por ter a terceira maior variação de preços acumulado no ano e a segunda no acumulado em 12 meses, além de apresentar a terceira maior influência no mês, no acumulado do ano e no acumulado em 12 meses.

Os maiores responsáveis pelo resultado no mês são os produtos dos grupos “fabricação de produtos químicos inorgânicos”, o qual apresentou uma variação média de 4,10% no mês, e “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”, que teve uma variação de 8,58% no mês. Já “fabricação de resinas e elastômeros” ficou com uma variação de 3,39%.

Desta forma, o acumulado no ano alcançou 9,24%, havendo o mesmo comportamento dos grupos anteriormente descritos, sendo que os preços dos produtos de “fabricação de resinas e elastômeros” variaram em média -9,24%. Por fim, os resultados dos grupos “fabricação de produtos químicos inorgânicos” e “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários” foram, respectivamente, de 14,30% e 34,03%.

Já em relação ao resultado dos últimos 12 meses, o grande destaque ficou por conta do grupo de químicos inorgânicos, mais especificamente os aumentos de preços acumulados de adubos/fertilizantes, com as causas concentradas nos valores dos insumos devido a menor produção de fertilizantes no mercado externo. A variação de preços, neste grupo, foi de 96,20%, seguida da variação de 45,02% na “fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários”, ambos contribuindo significativamente para a variação em 12 meses de 37,04%.

Veículos: em abril, a variação observada no setor foi de 1,85%, 22º resultado positivo consecutivo neste indicador. No ano, o setor acumula variação de 4,86%. A variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 14,86%, acima dos 13,62% observados em março.

A atividade se destacou por apresentar a quarta maior influência no resultado acumulado em 12 meses, dessa vez com 1,01 p.p. em 18,00% da Indústria Geral.

O grupo econômico analisado da atividade, “fabricação de automóveis, camionetas e utilitários”, apresentou, em abril, variação de 2,31% na comparação com março. Assim como ocorre no setor, esse é o 22º resultado positivo consecutivo nesse indicador. E o resultado de abril é também a maior variação observada no grupo desde o início de sua série, em janeiro de 2019. Além disso, o grupo acumula, nesses quatro primeiros meses de 2022, uma variação de 4,42%, ao passo que, nos últimos 12 meses, apresenta um resultado de 13,33%. Vale destacar que os indicadores acumulado no ano e acumulado em 12 meses apresentaram resultados abaixo da média do setor.

Entre os quatro de maior influência no indicador mensal, três deles impactaram positivamente o índice: “automóveis passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível”, “caminhão diesel com capacidade superior a 5t” e “chassis com motor para ônibus ou para caminhões”. Já o produto “caminhão-trator para reboques e semirreboques” se destacou com uma influência negativa sobre o indicador, justificada, em parte, pela apreciação do real frente ao dólar no mês, de 4,2%. A influência desses quatro produtos que mais impactaram a variação do mês em relação ao mês imediatamente anterior foi de 1,45 p.p.

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