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Indígenas bloqueiam BR-163

Eles são contra a construção da Ferrogrão entre Sinop (MT) e Miritituba (PA)


Foto: Divulgação

Considerada uma das principais rodovias para escoamento de grãos no país, a BR-163 está bloqueada desde o começo da manhã desta segunda-feira (17) na altura de Novo Progresso (PA). O bloqueio no quilômetro 332 é feito por cerca de cem índios Kayapós que vivem no Sudoeste do Pará. A rodovia liga o Pará até Cuiabá no Mato Grosso, por onde trafegam caminhões com grão até o Porto de Santarém, assim como alguns ônibus rodoviários.

Eles são contra a construção da ferrovia que vai ligar Sinop (MT) ao porto de Miritituba (PA), a chamada Ferrogrão, que deve receber R$ 8,4 bilhões em investimentos privados. Seriam quase mil quilômetros.O trecho é considerado uma importante obra para grãos como soja e milho, carnes e fertilizantes que poderiam ser escoadas de forma mais eficiente, com acesso até os portos do Rio Amazonas para serem exportados.

O projeto ainda contempla os ramais de Santarenzinho, entre Itaituba e Santarenzinho, no município de Rurópolis (PA), com 32 quilômetros, e o ramal de Itapacurá, com 11 quilômetros.  A construção da ferrovia prevê a geração de 13 mil postos de trabalho durante a fase de obras.

O grupo é contra a construção dos trilhos nas proximidades das terras deles. “A Ferrogrão quando o governo começou fazer o estudo não nos consultou. Só tivemos uma promessa e não fizeram consulta prévia livre”, disse o responsável pelas relações públicas do Instituto KABU, Doto Takak-ire. Além disso reivindicam cumprimento de leis ambientais, fim do garimpo na região e melhores condições de saúde e atendimento à pacientes com Covid-19 na tribo.

A rodovia está bloqueada nos dois sentidos e o grupo só sai se alguém do governo for negociar as reivindicações. 
 

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