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Indústria brasileira deve crescer 12%


A produção industrial do País deverá avançar ao redor de 12% no acumulado entre 2004 e 2005. A estimativa é do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Na prática, a indústria voltará, este ano, a puxar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

A última vez em que isso ocorreu foi em 2000. Nos últimos três anos a agropecuária se destacou como o setor de maior crescimento, embora não tenha peso suficiente para garantir, sozinho, a elevação do PIB nacional. O desempenho industrial não tem sido mais forte porque o segmento de bens não-duráveis - que depende diretamente da renda do trabalhador - ainda está crescendo pouco, abaixo da média da indústria. “Isso é novo nos últimos anos e acho que veio para ficar.

Em situação de normalidade, é a indústria mesmo que tende a puxar o crescimento”, disse o diretor-executivo do Iedi, Júlio Sérgio Gomes de Almeida.

O Iedi prevê crescimento da produção de pelo menos 7% para 2004 e de 4,5% para 2005. Para o economista, há potencial de crescimento de 6,5% para o ano que vem, limitado, contudo, por conta dos juros e do câmbio. “Vai depender da política econômica atingir um crescimento maior que este ou não”, analisa.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que o crescimento da produção industrial este ano pode chegar a 8,1% e a 5,1% no ano que vem - o que representaria 13,6% nos dois anos. Na conta do Ipea, o PIB industrial crescerá mais do que o da agropecuária em 2004 e em 2005. Já a Tendências Consultoria acredita num avanço menor da produção industrial, de 7,6% este ano e 3,5% no ano que vem - ou seja, um crescimento de 11,4% nos dois anos.

“Este ano, a indústria certamente vai puxar o PIB (Produto Interno Bruto). No ano que vem, a agropecuária pode voltar a liderar”, pondera o economista da Tendências Juan Jensen.

Ele acredita que, depois do forte crescimento deste ano, a indústria vai avançar menos em 2005.

Jensen explica que os bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos dentre outros), que dependem mais do crédito, terão desempenho relativamente mais fraco em 2005, enquanto os não-duráveis (alimentação, medicamentos, vestuários) avançarão mais. Até outubro deste ano, a produção da indústria está crescendo 8,3%. Nos últimos dois meses, houve pequeno recuo sobre o mês anterior e estima-se que a taxa fechará o acumulado do ano pouco abaixo da variação nos dez meses.

Por categorias, o crescimento até outubro é o seguinte: bens duráveis 22,7%, bens de capital 21,8%, intermediários 7,3% e não-duráveis 3,5%, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o gerente de contas trimestrais do IBGE, Roberto Olinto, o PIB industrial vem aumentando mais porque o mercado interno tem melhorado e as exportações continuam crescendo. O diretor do Iedi argumenta que o recuo sobre o mês anterior nos dois meses não vai “alterar profundamente o processo de crescimento”. E argumenta que a recuperação do rendimento do trabalhador abaixo do esperado restringiu o segmento de bens não-duráveis. Segundo ele, a massa salarial avançou 3% até novembro, mais motivada pelo aumento de 2% do pessoal ocupado - o salário real cresceu 1%.

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