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Indústria de cana vê recuperação na moagem após queda no início de junho

Variação na moagem entre as regiões canavieiras foi bastante heterogênea


Com o tempo mais seco, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) prevê uma recuperação na moagem no centro-sul, após os trabalhos terem sido prejudicados na primeira metade de junho pelas chuvas, que afetaram também a qualidade da matéria-prima do açúcar e etanol. Em comunicado nesta sexta-feira, a Unica disse que a expectativa é de recuperação da moagem na segunda metade de junho, que contou com condições climáticas favoráveis para os trabalhos.

A previsão é de tempo seco também para a primeira quinzena de julho, o que deve ajudar a manter a produção de açúcar e etanol mais forte, no acumulado da safra. A Unica informou nesta sexta-feira que a moagem de cana pelas usinas da principal região produtora do Brasil alcançou 25,83 milhões de toneladas nos primeiros 15 dias de junho, queda de 34,9 por cento em relação ao mesmo período de 2015 e uma redução de 20,18 por cento sobre a última quinzena de maio.

O processamento de cana no período ficou ainda abaixo dos cerca de 30 milhões esperados por alguns analistas. "A variação na moagem entre as regiões canavieiras foi bastante heterogênea na primeira metade de junho em relação aos últimos 15 dias de maio. São Paulo foi o Estado com maior recuo (34,13 por cento)... Em sentido contrário, Paraná e Mato Grosso do Sul expandiram o volume processado de cana no período", relatou a Unica.

A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) totalizou 119,53 kg por tonelada de cana-de-açúcar processada na primeira quinzena de junho, contra 124,07 kg por tonelada apurados para o mesmo período de 2015. "Essa redução na qualidade da matéria-prima deve-se às intensas chuvas, muito acima da média histórica, e à consequente paralisação das operações no início do mês."

A Unica informou que até 15 de junho 269 unidades estavam em operação no centro-sul, número idêntico ao observado até a mesma data do ano passado. "A previsão para a quinzena seguinte é de que cinco usinas iniciem suas atividades." Na primeira metade de junho, 40,76 por cento da cana processada direcionou-se à produção de açúcar, ante 42,17 por cento registrados em igual quinzena de 2015 e 41,77 por cento verificados na segunda metade de maio.

No acumulado da safra 2016/2017, essa proporção totalizou 42,27 por cento, aumento ante o acumulado no mesmo período do ano passado (39,19 por cento), com usinas aproveitando os bons preços do adoçante.

PRODUÇÃO E VENDAS

Acompanhando a acentuada redução na moagem, o volume produzido de etanol atingiu 1,07 bilhão de litros (637,32 milhões de litros de etanol hidratado e 436,90 milhões de litros de etanol anidro), recuo de 35,73 por cento sobre o resultado de 2015. A queda na produção de açúcar foi ainda maior, para 1,2 milhão de toneladas, quase 40 por cento inferior ao total produzido na mesma data da safra 2015/2016.

Apesar do desempenho ruim no início de junho, a moagem de cana e a produção de derivados seguem adiantadas na safra 2016/17, ante o mesmo período da temporada anterior, após um processamento acelerado em abril, quando a seca foi severa. No acumulado de 1º de abril até 15 de junho, o volume processado de cana-de-açúcar alcançou 166,71 milhões de toneladas (alta de 11,9 por cento ante o mesmo período do ano passado), com a produção de 8,18 milhões de toneladas de açúcar (+23,6 por cento), 2,59 bilhões de litros de etanol anidro (+26,8 por cento) e 4,32 bilhões de litros de etanol hidratado (-0,18 por cento).

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