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Industrializados são a opção de cooperativas para crescer

A Cocamar e a Coamo, planejam adotar em 2007 uma estratégia que privilegie a venda de produtos industrializados que fabricam


A Cocamar e a Coamo, duas das maiores cooperativas agrícolas do País, planejam adotar em 2007 uma estratégia que privilegie a venda de produtos industrializados que fabricam. Além disso, na contramão do mercado, planejam sair da comercialização de cana. O motivo dessas mudanças é a necessidade de retomar os lucros em 2007, depois de três anos seguidos de prejuízos.

A Cocamar pretende lançar no verão sabores de sucos e bebidas à base de soja, como chocolate e goiaba. Só a produção de óleo vegetal da Cocamar, que está entre as dez marcas mais vendidas do País, está em 350 mil unidades diárias. Além disso, a cooperativa decidiu sair do segmento de industrialização da cana-de-açúcar.

Na Coamo, o terminal próprio da cooperativa no porto de Paranaguá, que foi ampliado neste ano, teve a capacidade estática aumentada em 75 mil toneladas de grãos, totalizando 178 mil toneladas. Alguns entrepostos da cooperativa também receberam investimentos, assim como unidades industriais.

A área de industrializados já representa 40% do faturamento da Coamo, com o esmagamento de soja para a produção de óleo bruto e refinado, farelo, margarina, gordura vegetal, além de farinha de trigo e café em pó. A produção de soja da Coamo deve ficar em 4,1 milhões de toneladas, volume positivo em comparação ao da última safra, quando foram colhidos 3,5 milhões/t.

Planos para faturar mais

A Cooperativa Mourãoense (Coamo), maior representante do setor na América Latina, deve faturar este ano quase 35% menos do que o valor atingido no ano passado, quando quase atingiu a casa dos R$ 3 bilhões. A Cooperativa de Maringá (Cocamar) estima um faturamento de R$ 870 milhões neste ano, ante os R$ 950 milhões do ano passado, quando já apresentou queda em relação a 2004, ano em que superou a marca de R$ 1,1 bilhão.

Além do clima desfavorável à produção das cooperativas em três safras seguidas, o dólar desvalorizado achatou os ganhos dos cooperados. Para driblar essas dificuldades, a Cocamar decidiu focar as atividades nos segmentos que geram maior lucro, como os grãos e os produtos de varejo.

A cooperativa vendeu a sua destilaria de álcool que fica em São Tomé, para o Grupo Santa Terezinha, em uma negociação que iniciou em maio e acaba de ser concluída. Segundo o presidente da Cocamar, Luis Lourenço, a estratégia de deixar a atividade da cana contribui para evitar novos gastos, de aproximadamente R$ 100 milhões, necessários para que a unidade tivesse uma produção competitiva.

Os produtores cooperados passaram a ser fornecedores do novo grupo, que terá seis usinas funcionando até 2007.

As atividades de seda também foram deixadas, e a estrutura de fiação foi negociada com a Bratac, maior empresa nacional do setor. Os preços baixos deixaram os 350 produtores cooperados desanimados, mas com a parceria da Bratac eles puderam permanecer na atividade.

De olho nos industrializados

Outra estratégia já anunciada pela Cocamar é a intensificação da área de industrializados, que representam quase 25% do faturamento global. “Os produtos de varejo só não estão melhor por causa da queda no consumo no País”, comentou Luis Lourenço.

A cooperativa — que distribui mercadorias industrializadas para São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul — planeja investir em novos produtos. A Coamo reduziu drasticamente as despesas para manter a programação de investimentos implementada entre 2005 e 2006. “Só iremos usufruir dos resultados desses investimentos a partir de 2007”, diz o presidente da cooperativa, José Aroldo Gallassini.

A produção de soja da Coamo deve ficar em 4,1 milhões de toneladas, volume positivo em comparação ao da última safra, quando foram colhidos 3,5 milhões/t. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura, a produção de soja deve superar 11,6 milhões/t.

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