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Indústrias frigoríficas apresentam expansão de 33% em MS

A expansão observada, segundo o Radar Industrial, permitiu também uma mudança qualitativa dos empreendimentos industriais existentes no setor


O número de empresas existentes na indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul apresentou expansão de 33% entre 1996 e 2006, saltando de 61 para 91, conforme levantamento do Radar Industrial, produzido pela Diretoria de Gestão Estratégica da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul –, com base nos dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Além disso, do total de 91 empreendimentos industriais em atividade no setor, 37 apresentam registro no SIF (Serviço de Inspeção Federal), indicando que 41% dos estabelecimentos frigoríficos do Estado têm habilitação para exportar seus produtos. A expansão observada, segundo o Radar Industrial, permitiu também uma mudança qualitativa dos empreendimentos industriais existentes no setor.

Em 1996, do total de 61 indústrias frigoríficas instaladas, apenas duas poderiam ser classificadas como grandes, segundo o critério do número de empregados, ou seja, mais de mil funcionários, destacando que os dois empreendimentos tidos como grandes naquele ano eram responsáveis somente pelo abate de aves e pequenos animais. Já em 2006, verificou-se a existência de unidades com maior capacidade de processamento, portanto, mais intensivas em capital e tecnologia.

Comparativamente ao padrão estabelecido anteriormente, a mudança ocorrida teve reflexos também sobre o número de empregos no setor. Quanto aos investimentos a partir deste ano no complexo carnes, o Grupo Bertin prevê o aporte de R$ 320 milhões, enquanto o Doux Frangosul projeta um investimento de R$ 238 milhões, sendo que bem abaixo aparecem os frigoríficos Margem, com R$ 39,9 milhões, Bom Mart, com R$ 36 milhões, Aurora, com R$ 28 milhões, e Marfrig, com R$ 17,8 milhões.

Empregos

Quanto ao emprego formal, em 2007 foram registrados 21.421 empregos na Indústria Frigorífica, o que representa 27,7% do total de 72,2 mil empregos existentes no setor industrial do Estado. Em relação a 1996, o emprego formal na indústria frigorífica cresceu 162%, aumentando de 7.714 para 21.421, desempenho que representa um crescimento médio do emprego formal no setor da ordem de 10,13% ao ano.

O perfil dos empregos também se alterou nesse período, já que os reflexos ocorridos puderam ser observados, principalmente, quanto ao emprego ofertado segundo tamanho dos estabelecimentos. Em 1996, a participação dos grandes frigoríficos no emprego total era de 17%, enquanto em 2006 os grandes frigoríficos passaram a responder por 63% de todo o emprego formal na indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul, um crescimento de 46 pontos percentuais.

Com o movimento de expansão do número empregos existentes no setor, puxados principalmente pelo desempenho determinado pelos grandes estabelecimentos, ocorreram melhoras tanto no perfil do empregado quanto na remuneração. Em 1996, 77% dos empregados do setor não tinham sequer o ensino fundamental completo, enquanto em 2006 esse estrato apresentou, comparativamente ao início da série, uma redução de 28 pontos percentuais.

Assim, menos da metade dos funcionários da indústria frigorífica não têm o ensino fundamental completo. Somado a isso, em 2006, o número de empregados com ensino médio ou superior passou a representar 34% de todo o contingente empregado, contra 12% em 1996. Quanto à remuneração paga ao trabalhador da indústria frigorífica, constatou-se que entre 1996 e 2006 houve um ganho real de 11,2%, ou seja, o trabalhador do setor teve a cada ano, no período em questão, não apenas o seu salário preservado diante da inflação registrada como também um aumento real em seu poder de compra.

Segundo dados da RAIS, constatou-se que em 2006 o salário médio real do trabalhador da indústria frigorífica foi igual a R$ 712,84 contra R$ 641,19 em 1996. Com isso, a massa salarial real do setor saiu de pouco mais de R$ 59 milhões para R$ 173 milhões, crescimento de 193%, o que fez com que a participação da massa salarial da indústria frigorífica ganhasse 10 pontos percentuais na massa salarial do setor, alcançando em 2006 o equivalente a 24% de tudo o que foi pago em salários pelas indústrias do Estado.

Exportações

As exportações de produtos provenientes da indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul apresentaram um crescimento de volume igual a 33% na comparação entre janeiro a julho de 2008 com igual intervalo de 2007. Quanto às receitas de exportação, o crescimento nominal ocorrido, na mesma base de comparação, foi de 112%, saindo de US$ 163,9 para US$ 347,3 milhões.

Deste modo, a participação das receitas de exportação da Indústria Frigorífica sobre o total de receitas obtidas com as vendas externas aumentou em 6,34 pontos percentuais, saindo de 21,69% do total exportado entre janeiro e julho de 2007 para 28,03% em igual período de 2008. Hoje, os dez principais destinos das exportações do complexo carne de Mato Grosso do Sul são: 1º Rússia, 2º Hong Kong, 3º Arábia Saudita, 4º Japão, 5º Irã, 6º Egito, 7º Israel, 8º Itália, 9º Emirados Árabes Unidos e 10º Alemanha.

Os principais produtos das indústrias frigoríficas exportados foram carnes desossadas de bovino, pedaços e miudezas de galos e galinhas, carnes de galos e galinhas cortadas em pedaços, carnes congeladas de suínos, tripas de bovinos frescas e congeladas, carnes desossadas de bovinas frescas ou refrigeradas, entre outras. Já com relação à quantidade de animais abatidos em Mato Grosso do Sul no ano de 2007, o número de bovinos chegou a 3,5 milhões de cabeças, enquanto o de aves foi de 123,7 milhões de cabeças e o de suínos foi de 762,5 mil.

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