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Infocafé de 13/09/19

Mercado interno se mostrou bem procurado, principalmente para os cafés finos


O mercado cafeeiro finalizou a semana firme, com as atenções voltadas para as previsões de chuva nas regiões cafeeiras. As altas temperaturas registradas nas lavouras também começam a preocupar.

Mercado interno se mostrou bem procurado, principalmente para os cafés finos.

A bolsa de N.Y. finalizou as operações em baixa, a posição dezembro atingiu a mínima de -1,55 pontos fechando com -0,85 acumulando na semana +5,70 pts.

O dólar comercial fechou o dia com alta de 0,69%, cotado a R$ 4,0880. No acumulado da semana, a moeda norte-americana registrou alta de 0,19%.

Há alguns meses, o Conselho Nacional do Café (CNC) tem alertado que a safra 2020 de café do Brasil não será recorde e que não será tão próxima ao volume colhido pelo país em 2018. Esse cenário foi diagnosticado devido à descapitalização dos produtores, em função do longo período de preços baixos, e a uma série de adversidades climáticas ocorridas. “A falta de recursos dos cafeicultores fez com que diminuíssem os tratos culturais, que ficaram aquém do ideal nas lavouras, o que reduzirá a produtividade para a colheita de 2020”, explica Silas Brasileiro, presidente do CNC.

Segundo ele, o clima afetou o rendimento da safra atual e também impactará o desempenho da futura. “As condições climáticas não foram normais recentemente, com chuvas em períodos invertidos, ocorrência de geadas em algumas regiões e temperaturas e umidade mais elevadas no inverno”, conta. Brasileiro revela que essas adversidades influenciaram a produção de 2019, que teve qualidade inferior à média. “Neste ano, a falta de precipitações na fase de desenvolvimento e a ocorrência delas na colheita do café, além do impacto da geada em algumas áreas do cinturão produtor, prejudicaram a qualidade e, consequentemente, diminuíram a renda do produtor”, relata.

“Para 2020, com a descapitalização e os menores tratos, a geada e as condições atípicas do clima, temos notado desfolha e amarelecimento das folhas nos cafezais, o que reduz o potencial produtivo e nos permite garantir que não veremos safra recorde”, completa. O presidente do CNC anota que também surpreende o registro de alguns focos de ferrugem identificados durante este inverno, já que a doença normalmente ataca no verão. “Como tivemos um inverno também atípico, com temperaturas elevadas e alta umidade em algumas origens produtoras, vimos surgir a ferrugem, que é outro ponto que deve impactar a safra de 2020”, projeta.

Diante desse cenário, Brasileiro recorda que o volume recorde produzido pelo Brasil em 2018 serviu para suprir a safra menor deste ano, que deve fechar ao redor de 50 milhões de sacas. “Com esse equilíbrio entre as safras, não veremos excedente significativo na oferta mundial e as cotações do café devem começar a se recuperar. Passada a turbulência, vislumbro um período bom para os cafeicultores brasileiros, que, por terem investido em pesquisa e assistência técnica, conseguem enfrentar a crise melhor que seus concorrentes. Assim, o Brasil manteve e poderá até ampliar sua participação no mercado mundial e nossos produtores voltarão a ter uma atividade dignamente rentável”, conclui.

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