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Infocafé de 24/08/18

Mercado esteve com um olho no movimento no exterior e outro, no cenário eleitoral no Brasil


A bolsa de N.Y. finalizou a sexta-feira em alta, a posição dezembro atingiu a máxima de +3,90 pontos fechando com +3,20 terminando a semana sem alteração. 

O dólar comercial fechou em queda de 0,45%, cotado a R$ 4,1040. Apesar de cair no dia, a moeda termina a semana com valorização acumulada de 4,85%. O mercado esteve com um olho no movimento no exterior e outro, no cenário eleitoral no Brasil.  

Mais cedo, o chefe do banco central norte-americano, Jerome Powell, reforçou a mensagem de que os juros nos Estados Unidos continuarão subindo aos poucos, o que trouxe alívio aos investidores que temiam uma alta mais acelerada.  A guerra comercial entre Estados Unidos e China também estava no radar do mercado, após o ministro das Finanças chinês, Liu Kun, afirmar que seu país continuará  a responder a eventuais novas tarifas impostas pelos EUA. Negociações comerciais entre autoridades dos dois países terminaram na quinta-feira sem sinais de grande avanço. 

Os exportadores de café brasileiros estão tendo dificuldade para encontrar espaço em navios para escoar a safra do país, o maior produtor de café do mundo, o que pode resultar em um atraso no fornecimento a torrefadores por todo o mundo. O bom nível de estoques em países consumidores, entretanto, deverá limitar qualquer impacto nos preços no curto prazo de atrasos nos embarques da nova safra do Brasil. Os produtores brasileiros estão concluindo o que o governo e o setor esperam que seja uma safra recorde de café, em torno de 60 milhões de sacas de 60 quilos, ante 45 milhões de sacas no ano passado.

Os navios de contêineres possuem capacidade limitada para transportar o café da nova safra que está chegando a grandes portos de exportação, como o de Santos e do Rio de Janeiro, disseram importadores e exportadores. Isso significa que os exportadores, que normalmente reservam capacidade nos navios com uma ou duas semanas de antecedência, estão tendo que esperar até oito semanas, eles disseram. Para a Unique Coffee Roasters, uma torrefadora em Staten Island, no Estado de Nova York, os embarques brasileiros da nova safra que deveriam chegar no começo setembro foram adiados para outubro devido a atrasos nos envios, disse Joseph Ferrara, diretor do departamento de Café e Operações da empresa. "Está acontecendo com todo mundo.

Não é algo que (os importadores) possam controlar", disse Ferrara, acrescentando que a torrefadora tem estoque o suficiente para esperar as entregas atrasadas. Os atrasos estão acontecendo depois que as importações dos Estados Unidos de café brasileiro caíram 6,6 por cento na primeira metade de 2018, para uma mínima de seis anos, mostraram os dados da International Trade Commission dos EUA. "Há menos disponibilidade de navios", disse Rodrigo Costa, diretor nos Estados Unidos da trading Comexim. "Normalmente leva uma semana, no máximo, para conseguir agendar espaço. Agora, as vezes, está levando três ou quatro semanas." Um importador norte-americano citou um atraso de oito semanas, somado a um aumento de 10 por cento no preço.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) disse em seu mais recente relatório mensal que os embarques de julho, que subiram 28 por cento ante o ano anterior, poderiam ter aumentado ainda mais se não fossem as "dificuldades nos portos". Essa situação acontece depois que o Brasil, a maior economia da América Latina, passou pelo seu período de mais profunda recessão já registrado, o que reduziu suas importações e, consequentemente, cortou a disponibilidade de contêineres para uso no comércio internacional, disseram os importadores e exportadores. Apenas as commodities transportadas em contêineres têm sido impactadas pela redução do espaço de embarque, disseram operadores. Os grãos e o açúcar, que são normalmente transportados em navios graneleiros (bulkers), não enfrentam o mesmo tempo de espera, eles acrescentaram.

O café, por outro lado, é enviado em contêineres e está sentindo o efeito logístico agora que o Brasil está colhendo e embarcando a grande safra 2018/19. Não está claro se a disponibilidade de navios para contêineres irá melhorar no futuro, já que a economia do país permanece lenta e as importações baixas. Por enquanto, o gargalo é exacerbado pela safra enorme deste ano, disse uma grande exportadora, acrescentando que não conseguem encontrar nenhum espaço adicional além da alocação previamente acordada com os proprietários dos navios. "Nós temos um volume `x` contratado.

A embarcadora irá honrar esse volume, mas se nós precisarmos de espaço para carga adicional, eles já disseram que não têm", disse a exportadora, pedindo para não ser nomeada porque a empresa não quer falar publicamente sobre o assunto. 

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