Informação é sinônimo de produtividade
Feira acontece de 26 a 28 de agosto em Passo Fundo, trazendo conhecimento, tecnologia e exemplos de sucesso, visando impulsionar a produtividade e qualidade do leite
Seis anos de feiras e muitas mudanças nas propriedades
Depois de seis anos de realização da Agrotecno Leite, o presidente da feira, Ari Rosso, comenta que por uma série de fatores, incluindo a Agrotecno Leite, a produção leiteira aumentou em quantidade e qualidade, o que também se reflete na rentabilidade dos produtores. Tem-se observado que o número de produtores tem reduzido, mas os que persistem tem ampliado o rebanho e obtido uma média maior de leite/animal/dia, o que é um resultado da tecnificação. “A indústria vem desenvolvendo equipamentos para minimizar a mão-de-obra desgastante e tornando a atividade mais atrativa até para os jovens, evitando que eles saiam do campo. Na feira haverá dinâmica de máquinas, com indústrias que levam seus equipamentos para exposição. “Palestras técnicas deixam ao alcance dos produtores a informação, o conhecimento para ser implantado nas propriedades”, destaca Rosso.
Estrutura da feira
Conforme o presidente da Agrotecno Leite 2012, Ari Rosso, entre as alterações desta edição está na estrutura. A principal mudança é na aproximação das estações técnicas com os animais, expositores e auditório. Assim, a praça de alimentação foi realocada para outro espaço.
No mesmo ambiente, entre as novidades, o SEBRAE estará abrindo um espaço para 12 agroindústrias e no local, os visitantes poderão ver experiências da produção leiteira e industrialização dos produtos – uma forma de obter mais renda.
O número de animais expostos passou para 150 e este é o limite devido ao espaço disponível. As palestras técnicas que aconteciam pela parte da manhã passaram para o turno da tarde. Serão três dias de debates sobre assuntos ligados ao setor lácteo.
As palestras serão pela tarde e a visitação pode ser mais explorada pela manhã.
Também ainda restam espaços para os expositores, que serão mais de 100. As reservas podem ser feitas pelos telefones: (54) 3313-7452; 3314-7310 e 3327-1498. Outras informações no site www.agrotecnoleite.com.br
Tecnologia e informação ao alcance das mãos
Durante três dias, cerca de 12 mil pessoas são esperadas na feira que será realizada na UPF. De acordo com o professor da UPF, coordenador do Serviço de Análise de Rebanhos Leiteiros (SARLE), Carlos Bondan, também coordenador técnico da Agrotecno Leite, as atividades avícolas e suinícolas possuem pacotes tecnológicos e o produtor, normalmente, presta serviços para uma indústria. No setor leiteiro não há esses incentivos. “O produtor tem que correr atrás das informações e tecnologias para que possa fazer uso da melhor forma possível do recurso que tem na propriedade. E um dos grandes desafios é aumentar a produtividade, com qualidade e a sustentabilidade do leite na propriedade, tendo alimentação que propicie boas produções a um baixo custo. E essa alimentação é o pasto”, destaca o professor.
Entretanto, o professor explica que se percebe que elas já são implantadas nas propriedades, mesmo assim há um manejo inadequado, o que acarreta na diminuição da produção da forrageira e do leite produzido. Assim, as estações técnicas pretendem contemplar quais as melhores cultivares, melhor forma de utilizá-las, o que isso pode ser transformado em leite.
Estações técnicas
A parte de campo vai tratar sobre criação de terneira e novilha e as práticas aplicadas a conservação do solo. Segundo Bondan, estudos mostram que existe um grande impacto nas propriedades que usam bovinos de leite e a presença dos animais sobre o solo é manejada de forma incorreta. Prevendo diminuir esse impacto ambiental, foi criada a estação para tratar do tema, para o produtor se informar sobre a melhor forma de usar piquete rotacionado, por exemplo.
A novidade neste ano é a demonstração de sistemas de irrigação. Como eles funcionam, relacionando ao uso do sistema com o recurso água de forma racional. Através das informações que serão repassadas, o produtor terá conhecimento para saber o quanto e quando jogar, evitando desperdício. “No período recente que passamos por uma longa estiagem, muitos produtores de leite que estavam com sistema de irrigação e, pelo uso inadequado, a água acabou antes da estiagem”, acrescenta Bondan.
Segundo ele, modelos mostram que irrigação de pastagem, com a adubação correta, propicia uma produção de matéria seca fantástica em termos de quantidade que, quando convertido em produção de leite, acaba deixando uma boa rentabilidade. E esta é uma forma de manter o homem no campo. “Tentar fazer com que as propriedades rurais sejam auto sustentáveis ambientalmente e economicamente corretas”, esta é a intenção”, completa.
Beba Leite
Outra novidade já implantada na feira que terá continuidade é o projeto Beba Leite, levando crianças visando fomentar o consumo do produto e derivados. No ano passado participaram cerca de 1,2 mil crianças entre 6 e 11 anos de idade.
Exposição e julgamento de animais
Uma das solicitações dos produtores é a inclusão de animais na feira com premiações e concurso leiteiro das três raças: Jersey, Holandesa e Gir. Esta também é uma forma de mostrar o potencial genético da região. “O que nos falta é alimentação e isso é uma conseqüência da falta de conhecimento técnico e de programação dentro da propriedade. Quem necessita muito de alimento conservado por exemplo, pode planejar a alimentação para 24 meses e, em períodos de estiagem não haverá dificuldades. Os produtores mais tecnificados já fazem isso”, destaca Bondan.