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Infraestrutura rodoviária desafia escoamento da safra no Paraguai

País precisa investir mais no modal rodoviário para ganhar desempenho logístico e reduzir custos com transporte


Referência hidroviária na América do Sul, país precisa investir mais no modal rodoviário para ganhar desempenho logístico e reduzir custos com transporte

Mesmo sem acesso direto ao mar, o Paraguai exporta 96% de sua produção pela água. O percentual equivale a 9,1 milhões de toneladas, volume escoado por meio de 35 terminais de grãos ao longo dos rios Paraná e Paraguai. Ciente de sua eficiência hidroviária, o país investe na construção de mais 12 portos de embarque e também na infraestrutura de suas rodovias - um dos principais desafios logísticos do país na atualidade.

Segundo dados da Administração Nacional de Navegação e Portos do Paraguai, a capacidade de embarque dobrou nos últimos cinco anos. Atualmente, o país controla a terceira maior frota de barcaças do mundo. São 3 mil unidades com capacidade para transportar até 24 mil toneladas cada, o equivalente a 60 caminhões bitrem por viagem. Mas até a chegada no porto, a produção enfrenta dificuldades.

“O grande diferencial do Paraguai está na água. Na questão rodoviária, o país ainda é deficitário e precisa investir um pouco mais”, avalia o integrante da Expedição Safra, Gabriel Azevedo, que visitou o país vizinho nesta temporada. Durante o roteiro pelo Paraguai, a equipe do projeto técnico-jornalístico percorreu a principal rodovia do país, a Ruta 7, que liga a capital Assunção à Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu (PR).

“A Ruta 7 tem 320 km e está sendo totalmente duplicada, com quase 50% da obra já concluída. Para o setor agropecuário, o investimento ainda é muito tímido, embora estejam acontecendo de forma significativa se comparado aos governos anteriores”, analisa Azevedo. As obras devem ser concluídas até 2019, com custo total de US$ 130 milhões.

O gerente de grãos da Agrotec, empresa especialista em fertilizantes e defensivos com sede no Paraguai, Sergio Bergmann, acredita que a duplicação vai contribuir bastante para o desenvolvimento do agronegócio e o ganho de competitividade. “Falando em portos, acredito que estamos muito bem servidos. Mas o Paraguai ainda precisa melhorar muito algumas rodovias e asfaltar vários pontos do país para melhorar o escoamento e baixar os custos”.

Caminhões

Os gastos com transporte rodoviário também são afetados pela legislação paraguaia, que proíbe o tráfego de caminhões bitrem pelo país - veículos com capacidade para transportar quase 40 toneladas por viagem. A justificativa, segundo o governo, é o impacto que esses caminhões poderiam causar na malha viária. “Mas também existe um sindicato forte que defende que os preços cairiam muito com esse tipo de transporte, inviabilizando a atividade”, explica Azevedo.

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