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Iniciativa pioneira ensina técnicas de análise sensorial para produtores de vinhos artesanais

O projeto para aumentar a qualidade dos vinhos artesanais de pequenos produtores de Bento Gonçalves, foi realizado curso que repassou aos vitivinicultores.


Integrando o projeto para aumentar a qualidade dos vinhos artesanais de pequenos produtores de Bento Gonçalves, foi realizado curso que repassou aos vitivinicultores noções relativas à análise sensorial, visando identificar defeitos ou qualidades apreciadas nos vinhos coloniais. A atividade foi realizada pela Emater/RS-Ascar, Embrapa Uva e Vinho e Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), com o apoio da Prefeitura do município, no Laboratório de Análise sensorial da empresa de pesquisa, no mês de junho.

O grupo de produtores de vinho artesanal está desde 2011 recebendo orientações e cursos de capacitação realizados de acordo com diagnóstico das principais fragilidades, identificadas pelos próprios produtores ou pela equipe de técnicos envolvidos na ação. Segundo o enólogo da Emater/RS-Ascar, Thompsson Didoné, que acompanha a ação desde o seu início, já foram realizadas capacitações relacionadas à adubação, poda, qualidade de mudas, elaboração de vinhos, manejo fitossanitário, dentre muitas outras. "A partir das análises laboratoriais e sensoriais dos vinhos, pudemos identificar uma melhoria significativa na qualidade do vinho elaborado. Os produtores realmente colocaram em prática o que aprenderam, seja na troca de utensílios ou na higienização da cantina", avaliou.

"Agradeço a oportunidade. Foi ótima, mas deveria ter acontecido antes, pois com certeza é o primeiro curso que ensina as técnicas para o colono avaliar um vinho. A gente fazia e tomava, seguindo os ensinamentos dos antigos. Agora vai ser diferente", afirmou Jandir Crestani, produtor do Vale dos Vinhedos e um dos participantes da capacitação.

O resultado foi bastante positivo na avaliação dos responsáveis pelo curso, os enólogos da Embrapa Uva e Vinho João Carlos Taffarel e Raul Ben. "Além de uma parte teórica básica, eles degustaram vários vinhos de boa qualidade e outros com defeitos graves, como, por exemplo, cheiro de ovo podre ou de vinagre", informou Ben. A partir da avaliação positiva do evento, o analista Taffarel já propôs um segundo módulo. "Poderemos fazer o próximo curso degustando vinhos das principais cultivares que vocês utilizam, como "Isabel", "Bordo", ou "Seybel". Assim, vamos avançar na percepção sensorial e, com certeza, melhorar ainda mais a qualidade dos vinhos que vocês elaboram", pontuou Taffarel.

Os 62 produtores que integram o Projeto para aumentar a qualidade dos vinhos artesanais já estão preparando a quarta edição do Festival Nacional do Vinho Colonial, que irá acontecer nas comunidades de Faria Lemos, Tuiuty, Vale dos Vinhedos e São Pedro, nos meses de setembro e outubro, após a seleção dos vinhos que serão apresentados. O Festival Nacional do Vinho Colonial é uma promoção das associações das comunidades, com apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e de Turismo, Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS/Região Uva e Vinho), IFRS/BG, Embrapa e Emater/RS-Ascar. O objetivo é preservar a identidade e a maneira tradicional da produção de vinho, além de valorizar e incentivar a melhoria dos produtos.

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