Insegurança alimentar deve durar até ano que vem
Os preços dos alimentos estão 37% mais caros que no ano passado
De acordo com David Malpass, presidente do Banco Mundial, a insegurança alimentar, criada pela crise de abastecimento de fertilizantes e energia deve continuar até o próximo ano. Segundo ele, a crise acabou sendo criada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, já que os dois países são importantes nessa questão.
“A guerra na Ucrânia causou uma crise no fluxo de fornecimento de fertilizantes e de energia, o que cria uma situação de insegurança alimentar que durará, pelo menos, durante meses, e provavelmente até ao próximo ano”, disse o responsável, citado pela agência Lusa, na conferência de imprensa dos Encontros da Primavera, que decorreram em conjunto com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Nesse contexto, os preços dos alimentos estão 37% mais caros que no ano passado. No entanto, alerta que “a situação é pior do que isso, porque o aumento dos preços prejudica principalmente os mais pobres, que moram nas áreas rurais, e que acabam por substituir os alimentos mais caros por comida menos nutritiva”, o que agrava a insegurança alimentar e a má nutrição.
“Os mercados reagem depressa e entrámos no ciclo da insegurança alimentar com grandes ‘stocks’, que quando forem libertados podem originar um progresso na oferta de comida e de fertilizantes, essenciais para potenciar as colheitas”, salientou o presidente do Banco Mundial dizendo que os mercados reagiram rápido à possibilidade de a Rússia e a Ucrânia terem dificuldades em escoar a sua produção de cereais e fertilizantes. As informações foram divulgadas pela revista Vida Rural, de Portugal.