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Intervenção garante estabilidade de preços da mandioca

Governo disponibilizou R$ 4 milhões para a compra de fécula da raiz de produtores paranaenses


A intervenção no mercado da fécula de mandioca - por meio do programa de Aquisição do Governo Federal (AGF) - pode trazer estabilidade aos preços do produto e da raiz. Neste mês a cotação da mandioca industrial está, em média, 20% mais baixa do que a praticada no mesmo período do ano passado, enquanto a da fécula é 30% menor. Agora, a expectativa é que a AGF funcione traga uma regulação ao mercado, interrompendo o ciclo de baixas. O governo disponibilizou R$ 4 milhões para a compra de fécula ou amido de mandioca de produtores paranaenses e poderá liberar mais R$ 3 milhões em julho. O limite para a venda por produtor é de 90 mil quilos.

''Essa intervenção vai funcionar como uma sinalização de que o mercado não precisa baixar mais os preços. Vai dar uma melhorada (no mercado), vai funcionar como uma sinalização de que não será preciso ir além do preço que já está'', afirma Ivo Pierin Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam). A cotação da tonelada da mandioca industrial têm variado entre R$ 120 e R$ 130, enquanto no mesmo período de 2008, o preço era de R$ 160. Já o quilo de fécula tem sido comercializada por R$ 0,80, ante R$ 1,10 em 2008. O preço atual da raiz é suficiente para cobrir os custos de produção, mas não oferece rentabilidade aos produtores.

O Paraná é o maior produtor de fécula do País, respondendo por cerca de 60% da produção nacional. Segundo Pierin, atualmente, a comercialização de fécula está difícil porque o preço ficou competitivo com o amido de milho. O grão - considerado commodity - também tem amargado baixos preços nos mercados interno e externo. Tanto a fécula de mandioca como o amido de milho têm ampla utilização industrial em vários segmentos como têxtil, celulose, alimentícia, química, entre outros. As substâncias são consideradas substitutas, embora com características diferentes. ''O objetivo é que os preços ofereçam alguma margem de lucro aos produtores. Preços baixos podem desestimular a produção'', comenta.

Segundo ele, entre 2005 e 2007 os preços da raiz e da fécula ficaram bastante defasados, provocados pelo excesso de produção. Como a cultura tem ''ciclo longo'' (variável entre um e dois anos) os produtores ficam suscetíveis à variação de preços. Naquele período a área plantada caiu drasticamente, enxugando a produção, suficiente para mexer com o mercado. A redução foi tamanha que o País chegou a importar 80 mil toneladas de fécula da Tailândia, que equivale a 15% da produção nacional (cerca de 600 mil toneladas). ''Isso provocou um desequilíbrio e agora estamos retomando a confiança do mercado'', comenta Pierin.

AGF

Produtores interessados em participar da AGF devem se credenciar para a operação no site da Companhia Nacional de Abastecimento (www.conab.gov.br). O produtor que efetivar a negociação deve estar com o produto depositado em armazéns credenciados pela companhia. Depois de efetuar a armazenagem, a classificação do produto deve ser solicitada à Empresa de Classificação do Paraná.

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