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Irrigação computadorizada

Estudante cria o primeiro sistema que irriga artificialmente e monitora a necessidade de umidade do solo


Acostumado a varar noites diante do computador, esquentando a cabeça com lógica de programação, estudos de métodos a fim de encontrar caminhos racionais para o processamento de informações, o analista de sistemas Elder Fernando da Silva, que completará 22 anos na semana que vem, teve de esquecer os hardwares e softwares por algum tempo, arregaçar as mangas e se esforçar para aprender tudo sobre agricultura.

O resultado dessa excursão por hortas, chácaras e sítios da região de Campo Mourão (a 91 quilômetros de Maringá) foi um aprendizado que, juntado ao que ele já sabia de informática, possibilitou o desenvolvimento de um sistema de irrigação controlado por computador.

O Sistema de Irrigação Microcontrolado (SIM) já foi testado com sucesso em pequenos plantios e deverá ser concluído dentro de um ano, quando poderá ser comercializado. "Será possível controlar a irrigação em áreas de qualquer tamanho e a operação é sem fios", informa Silva, acrescentando que seu sistema evitará o desperdício de água e seu funcionamento será de baixo custo.

A criação do SIM nasceu de uma conversa de Silva com o professor de Análise de Sistema e Desenvolvimento, da Faculdade Integrado de Campo Mourão, Marcos Meira, há dois anos. Percebendo o potencial do estudante, Meira quis estimulá-lo a desenvolver um projeto que fosse importante para esta região, onde a agricultura tem grande peso na economia.

Após a idéia, professor e aluno deram início a uma profunda análise de mercado e chegaram à resposta de que não existe no mercado nenhum equipamento que seja totalmente automatizado. "Os que estão no mercado são aqueles que controlam o tempo de irrigação, já esse projeto tem sensores que fazem a leitura da umidade do solo, mede a necessidade de irrigação e conta com uma interface que apresenta um relatório completo ao agricultor", explica Meira, que orienta Elder Silva há dois anos.

"Com o SIM, o agricultor vai programar a necessidade de água de cada tipo de planta deacordo com o solo e as condições climáticas", afirma o professor. Silva, que já concluiu o curso de Análise de Sistema e hoje dedica-se integralmente ao projeto, diz que após observar o trabalho dos agricultores e conversar com especialistas em irrigação, projetou um equipamento de hardware que é instalado no campo, com sensores para monitorar a umidade, e um software.

"O ajuste é feito no próprio equipamento, que vai acionar um motor ou válvula para fazer um histórico de quando começa e quando termina a irrigação", explica. Segundo ele, se a planta a ser irrigada necessitar de, por exemplo, 80% de umidade do solo, isso será programado e a máquina vai trabalhar para equlibrar esse nível de água na terra. "O equipamento vai manter a umidade necessária sem qualquer desperdício de água ou energia", garante.

Por enquanto, o SIM é apenas um protótipo que continua em experiência em pequenas propriedades de Campo Mourão e que foi apresentado à banca examinadora do trabalho de conclusão de curso e da iniciação científica. "Vamos precisar de pelo menos mais um ano para concluir o projeto, porque o objetivo é que o equipamento possa trabalhar sem fios e atender a grandes propriedades", diz o analista de sistemas.

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