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Japão vai comprar manga brasileira após 32 anos de negociação


Depois de 32 anos de negociações, o governo do Japão assinou o decreto abrindo seu mercado para as mangas produzidas no Brasil, anunciou nessa terça-feira (05-10) o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues. O primeiro-ministro Junichiro Koizumi havia comunicado, em 16 de setembro, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o interesse em abrir seu mercado. “A abertura sinaliza uma nova fase nas relações comerciais agrícolas entre Brasil e Japão”, diz Rodrigues. O decreto do governo japonês permite a exportação de um volume inicial de 5.200 toneladas por ano da variedade “Tommy Atkins”, produzida principalmente no Nordeste (Vale do São Francisco e Livramento - BA) e em São Paulo. O assessor para Assuntos Internacionais da Secretaria de Defesa Agropecuária, Gilson Cosenza, informa que 90% das 820 mil toneladas de manga produzidas todo ano no Brasil são dessa variedade. O ministro tratou pessoalmente dessa abertura com representantes do governo japonês em três viagens que fez ao país desde 2003 – a última delas no fim de maio deste ano. “Há 20 anos, quando ainda era dirigente cooperativista, já lutava por essa abertura no mercado japonês”, lembra Rodrigues. Em 2003, o Brasil exportou 126 mil toneladas da fruta para Estados Unidos e União Européia, gerando US$ 71 milhões em divisas. As mangas destinadas ao mercado japonês, ainda mais exigente que o norte-americano e o europeu, devem ser comercializadas a US$ 2 mil por tonelada. Nessa primeira etapa, as exportações para o Japão devem render anualmente cerca de US$ 10,4 milhões ao país. Mais produção A abertura do mercado do Japão significará um substancial aumento na produção de manga no pólo de fruticultura irrigada do Vale do São Francisco, avalia Rodrigues. A última barreira superada nas negociações foi o tratamento pós-colheita da fruta. O procedimento adotado pelo Brasil passou a incluir a lavagem da fruta com água quente para evitar a presença de larvas e ovos da mosca do mediterrâneo, além do tratamento com hipoclorito para matar bactérias. O ministro Rodrigues entende que a abertura simboliza uma nova fase nas relações comerciais nipo-brasileiras. “Esperamos que agora comece uma terceira fase nessas relações com a adoção dos biocombustíveis à base de etanol e biodiesel no Japão”. Ele lembra que a imigração japonesa foi fundamental para a implantação e a expansão do agronegócio no Brasil. “Os japoneses trouxeram novas tecnologias de produção e introduziram fortes noções de associativismo e cooperativismo no Brasil. Além disso, os recursos do governo do Japão foram fundamentais para financiar a abertura de novas áreas agrícolas em nossos Cerrados”, afirma.

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