John Deere dispensa mais 502 pessoas em Horizontina/RS
Prefeitura alerta para impacto econômico e social no município
A indústria de máquinas agrícolas sofreu um novo baque, ontem, que elevou para 857 as demissões no setor no Estado nos últimos 90 dias. A John Deere dispensou 502 funcionários na fábrica em Horizontina para readequar a produção à retração provocada pela crise mundial e pela seca na Argentina e no Paraguai. Em outubro, a empresa demitiu 200 trabalhadores da unidade, onde produz colheitadeiras e plantadeiras. O total de pessoas que perderam o emprego no período inclui 155 dispensados pela AGCO em Santa Rosa.
A notícia preocupou o prefeito de Horizontina, Irineu Colato, que tem na empresa a maior fonte de receita dos cofres públicos. Apesar de apenas 50% dos dispensados residirem no município, ele alega que as demissões acarretarão em consequências econômicas e sociais com impacto no comércio e em empresas ligadas à multinacional. 'Estamos pensando em ações que possam gerar novos campos de trabalho a estas pessoas em setores não atingidos pela crise mundial', alegou.
O fechamento de postos de trabalho surpreendeu o Simers. O presidente do sindicato Claudio Bier alerta que, com o cenário adverso, há risco de demissões em outras indústrias e não arrisca projeção para o setor em 2009. Apesar disso, não há indícios de dispensas na fábrica da John Deere em Montenegro. A unidade produz tratores e fornece para o Programa Mais Alimento, ação do governo que subsidia a compra para agricultores familiares com descontos e prazos. Segundo Bier, é o programa que está alimentando o setor. No RS, o Banco do Brasil financiou 684 tratores desde a implementação, em setembro.
Em 2008, com o crescimento do segmento, a John Deere contratou 324 pessoas nas fábricas de Horizontina e Montenegro (RS), em Catalão (GO) e nos escritórios e encerrou 2008 com 3.764 funcionários. Em comunicado, a John Deere enfatiza ser empresa sólida e estar acompanhando as reações do mercado.