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Jornada mostra formação e produção científica de bolsistas e estagiários

Mariana Gonçalves e Rafaela Ribeiro dos Santos são muito jovens mas argumentam com segurança algumas certezas: querem fazer ciência, querem produzir conhecimentos


Mariana Gonçalves (21) e Rafaela Ribeiro dos Santos (22) são muito jovens mas argumentam com segurança algumas certezas: querem fazer ciência, querem produzir conhecimentos. Quando falam, falam seriamente em experiências pessoais, do sentido que adquirem os conteúdos das disciplinas nas salas de aula no dia a dia de imersas em atividades dos projetos de pesquisa, e não deixam de conter certa empolgação pela possibilidade de, no que fazem, tornar o ambiente saudável e melhorar a vida dos agricultores e de suas famílias.

Um pouco disso, elas colocaram nos resumos expandidos que submeteram para a Jornada de Iniciação Científica da Embrapa Semiárido, que completa 11 anos em 2016. Mariana, orientada pela pesquisadora Vanderlise Giongo, escreveu o trabalho "Carbono Total do Solo em Área de Cultivo de Meloeiro sob Diferentes Sistemas de Preparo do Solo e Coberturas Vegetais". O trabalho de Rafaela, sob a orientação de Ana Valéria Vieira de Souza, é sobre "Diferentes Concentrações de Ácido Indol Butírico no Enraizamento de Estacas de Marmeleiro (Croton blanchetianus)". 

Os resumos, de certa forma, são sínteses das atividades nas quais estão envolvidas, há cerca de dois anos, na condição de bolsistas em projetos de pesquisa executados na Embrapa Semiárido: o empenho, muitas vezes físico, de coletar enorme quantidade de dados em campo ou casa de vegetação, o esforço para inserí-los em programas de estatística experimental, e a dedicação intelectual para relacioná-los com as dinâmicas do ambiente natural e com os processos biológicos que potencializam produtividades agrícolas.

Isso tudo numa dedicação que mesmo resultados adversos, mostrados em informações reveladas muito diferentes nos tratamentos estatístico, arrefecem a alegria do que fazem.   

Rafaela diz ter aprendido relativizar essa questão de informações que se apresentam como negativas no contexto do que pesquisa. Pare ela, dados assim também "revelam coisas que podem orientar novos caminhos para se chegar a soluções para o problema que o projeto se propõe a resolver".

Mariana aponta a dinâmica mais complexa do fazer pesquisa. Ela, que é de uma comunidade do interior do município baiano de Uauá chamada Caldeirãozinho, revela como passou a perceber diferente, por exemplo, algo que ela muitas vezes participou junto com o pai na propriedade: o plantio de feijão.

"A gente chega na área de cultivo e já tem uma espécie de roteiro pré-determinado do que fazer, que se repete ao longo do tempo. Com a pesquisa, há uma necessidade de compreender o princípio de cada atividade, que vai estimulando a curiosidade do que se passa no campo, do que se observa em laboratório, que traz um volume de indagações pra encontrarmos respostas". 

Assim, afirma, vão produzir conhecimentos que, muitas vezes, precisam ter soluções que vão além da agricultura e impacte toda a sociedade. É o caso da pesquisa que vem realizando: "é um trabalho que busca uma forma de produzir alimentos de qualidade diminuindo os impactos sobre os solos e os recursos hídricos".

Por sua vez, Rafaela explica que a árvore que pesquisa tem perfume muito agradável e potencial para uso na indústria de cosmético. "A pesquisa que faço vai contribuir para que os agricultores passem a cultivar a espécie nas suas propriedades e diminuir a forma predatória como é explorada atualmente".

Da Jornada Científica participam bolsistas vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), que o CNPq concede a estudantes de graduação integrados à pesquisa científica, além de estagiários. Para este evento foram inscritos 47 trabalhos, dos quais dezoito serão apresentados oralmente pelos bolsistas e 28 na forma de pôsteres.

Para o Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Flávio de França Souza, a formação de jovens cientistas é demanda imprescindível das sociedades que almejam equacionar, com inovações tecnológicas e conhecimentos, os desafios à sustentabilidade do seu desenvolvimento social e econômico.

De acordo com ele, nos últimos anos, esta formação tem sido um aspecto relevante na composição dos projetos de pesquisa. Na Embrapa, em particular, a participação de jovens universitários em vários desses projetos, na execução de atividades diversas, é fundamental para estabelecer resultados que terão impactos positivos na elevação da produtividade agrícola e na preservação do meio ambiente.

Para a pesquisadora Diana Signor Deon, que coordenou a Comissão Organizadora desse evento, a Jornada é um evento formalmente estabelecido entre instituições de fomento, de pesquisa e de ensino, e sua realização é momento importante para consolidar o papel que têm no contexto da programação de PD&I da Embrapa Semiárido.

Ah! E para ratificar as certezas que iniciaram nas jornadas científicas, Mariana e Rafaela, próximas de se formarem, já miram uma nova etapa de vida: a pós graduação.

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