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Katia Abreu diz que Brasil tem autoridade para discutir questões ambientais

Senadora relatou sua participação na Cúpula de Agricultura Sustentável do jornal Financial Times, em Londres


Senadora Kátia Abreu relatou, em pronunciamento no Senado, sua participação na Cúpula de Agricultura Sustentável do jornal Financial Times, em Londres
 
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, afirmou nessa quarta-feira (04-04), no plenário do Senado, que o Brasil tem uma das maiores, melhores e mais baratas agriculturas do planeta. “Nós usamos apenas 27,7% do território nacional para produzir comida e preservamos 61% dos nossos biomas”, afirmou, ao lembrar que a Europa preserva apenas 0,2% de suas florestas e que, nos Estados Unidos, a preservação não chega a 26%. Essas características, avaliou, dão ao País a autoridade moral para discutir, em qualquer fórum, as questões ambientais.

A senadora Kátia Abreu fez um relato de sua participação, na semana passada, na Cúpula de Agricultura Sustentável, promovida pelo jornal Financial Times, em Londres, e lembrou que os produtores brasileiros adotaram tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), especialmente aquelas ligadas à agricultura de baixo carbono. “Quase 70% das nossas lavouras são plantadas por meio do plantio direto, técnica que evita a aração da terra, que não fica descoberta de matéria orgânica. A semente é plantada na palha da lavoura colhida no ano anterior. Isso é extraordinário”, afirmou. Essa técnica não pode ser adotada em outros países em função das condições climáticas, explicou.

De acordo com a senadora Kátia Abreu, os produtores brasileiros também têm optado pela integração lavoura-pecuária-floresta. Afirmou, ainda, que o Governo federal tem oferecido crédito aos produtores rurais por meio do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que tem juros de 5,5% ao ano e pagamento no longo prazo. Questionou qual país do mundo tem uma legislação tão rigorosa quanto o Brasil. “Nenhum país do mundo tem uma legislação que fala de APP (Área de Preservação Permanente), de preservação de matas ciliares, de preservação das nascentes e das áreas de recargas”, afirmou.

Essa situação única permitiu ao Brasil apresentar, durante o Fórum Mundial da Água, realizado em março, em Marselha, na França, uma proposta de norma vinculante que obrigue os países a preservarem a qualidade da água. Além da CNA, a Embrapa e a Agência Nacional de Águas (ANA) também apóiam a idéia. Esse tema deverá ser discutido durante a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro. A proposta, segundo a presidente da CNA, é que a Organização das Nações Unidas incorpore esse tema na lista de suas prerrogativas. “Defendemos uma APP global, porque já existe um consenso entre os cientistas do mundo sobre a importância das APPs”, afirmou.

Em seu pronunciamento, a senadora Kátia Abreu lembrou que os rios brasileiros estão intactos, com vegetação, e que os erros serão corrigidos, com a recomposição de áreas. Acrescentou, ainda, que são os produtores brasileiros que arcam com os custos da preservação dessas áreas. “Se a Europa e os Estados Unidos forem obrigados a ter APPs, preservar as margens dos rios e as nascentes, tenho certeza de que haverá remuneração e indenização para os produtores”, afirmou.

A presidente da CNA também criticou, em seu pronunciamento, a postura das organizações não-governamentais (ONGs). “As ONGs não falam a verdade sobre a situação do Brasil e não querem reconhecer os erros cometidos pela Europa”, afirmou. Contou que, durante o debate organizado pelo jornal Financial Times, representantes de duas ONGs criticaram o texto do Código Florestal brasileiro e argumentaram que a nova legislação ambiental brasileira provocaria aumento do desmatamento. Questionados sobre o “inciso, artigo ou parágrafo” que tratava desse tema, não souberam indicar em qual trecho do novo Código Florestal se encontrava esse assunto.

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