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Kepler exporta para mercado europeu


O Grupo Kepler Weber, um dos três maiores fabricantes de silos do mundo, anunciou ontem que consolidou uma negociação de US$ 2,2 milhões com o grupo Bunge Gida Ticaret, em Istambul, na Turquia. A previsão é de que até junho de 2003 os silos estejam operando, com um fluxo de 600 toneladas de grãos e 250 toneladas de farelo de soja por hora. Serão três silos metálicos (modelo SG-105), com capacidade total de armazenagem de 30 mil toneladas de grãos, transportadores com capacidade de 600 toneladas por hora e estruturas metálicas. Os silos serão construídos no porto da cidade de Derinci, local que já foi destruído por um terremoto e é uma zona possível de abalos sísmicos. Por este motivo, a empresa contratou especialistas nesta área e desenvolveu uma tecnologia diferenciada.

O diretor-presidente do Grupo, Othon d'Eça Cals de Abreu, ressalta que esta negociação foi importante porque consolidou a primeira venda da Kepler Weber para a Europa. A empresa gaúcha concorreu com grandes armazenadoras americanas (consideradas as melhores do mundo) e fechou negócio, justamente, com um grupo americano, que pertence a Bunge Limited, tido como o maior grupo esmagador de soja do mundo. Um dos diferenciais que contribuiu para a escolha da Kepler Weber foi o conceito ´turn-key´, que oferece a solução completa ao cliente. Hoje, as exportações representam 15% do faturamento da empresa. Em 2001, a receita bruta foi de R$ 187 milhões e as vendas somaram R$ 202 milhões.

Othon d'Eça Cals de Abreu diz que a expectativa é de que haja um incremento de 20% nas vendas deste ano e, novamente, em 2003 devido as perspectivas de ampliação dos negócios com o mercado interno e externo. ´Estamos vivendo a melhor época da agricultura. É recorde em cima de recorde e houve um grande aumento da produtividade por hectare´, avalia o diretor-presidente. A receita bruta acumulada de janeiro a junho de 1999 somou R$ 48 milhões, sendo repetida em 2000. No ano seguinte, a receita bruta neste mesmo período chegou a R$ 74 milhões e, neste ano, atingiu R$ 102 milhões num período considerado de entressafra.

Segundo ele, o mercado interno acordou para a armazenagem e todo o pequeno produtor de grãos (a partir de 40 hectares) deveria ter um silo em sua fazenda, como fazem os norte-americanos. Assim, eles poderiam negociar e vender seu produto na melhor hora. Entretanto, ele critica a burocracia em torno dos financiamentos bancários. O governo federal aprovou o aumento do limite aos pequenos produtores (passando de R$ 100 mil para R$ 300 mil), mas as instituições financeiras estão demorando para liberar o crédito.

A Kepler Weber é líder latino-americana no segmento de instalações para armazenagens de grãos e vê nesta negociação com a Turquia uma forma de penetrar no mercado europeu. Esta também é uma forma de compensar a perda do mercado argentino, que no auge chegou a representar 40% das exportações e, atualmente, significa 10% deste total, com possibilidades de recuperar seu potencial, gradualmente. ´A Argentina é um vulcão adormecido e a terceira maior produtora de grãos do mundo´, comenta.

Hoje, a Venezuela tem se destacado e é responsável por 20% das exportações da Kepler Weber. Desde 1972 o grupo trabalha com o vendas para o mercado externo e, há três meses, fechou uma negociação de US$ 500 mil com Cuba. Também fechou contratos com o Oriente Médio. A empresa gaúcha tem representantes, para garantir o trabalho de pós-venda, na África do Sul e escritório em Singapura. Em breve, deverá enviar um representante da sede (que fica em Panambi, noroeste do RS) para treinar pessoas na Turquia. O grupo ainda vai participar de eventos na Arábia Saudita (considerado um mercado promissor) e na China, a partir de 2003.

A capacidade da matriz está quase esgotada, utilizando 5,6 mil toneladas por mês de aço. A fábrica está funcionando em três turnos e, há 90 dias, precisou contratar cerca de 600 pessoas, totalizando 1,8 mil colaboradores. Estão sendo oferecidas cem vagas na região de Panambi. Othon d'Eça Cals de Abreu observa que a Kepler Weber deixou de ganhar R$ 5 milhões em negócios no mercado interno e externo por causa dos prazos exigidos.

Ele complementa que os constantes aumentos de preço do aço estão tendo que ser repassados ao mercado. ´Quem pode exportar, exporta e isso faz com que aumente o preço interno.´ Em março, o aumento médio da matéria-prima foi de 14%, em setembro de 12% e está previsto mais um incremento de 18%, no início de novembro.

Fonte: Karen Horn - Porto Alegre/RS

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