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La Niña: Fenômeno deve trazer estiagens e pouco frio

Fenômeno La Niña se forma, mas inverno será quente


 La Niña não trará frio intenso no inverno e pode afetar a safra de verão La Niña não trará frio intenso no inverno e pode afetar a safra de verão - Foto: NOAA

Com a contínua atualização das simulações climáticas, a emergência do fenômeno La Niña tem se tornado cada vez mais clara. As projeções variam, com algumas apontando para um evento de intensidade considerável e outras sugerindo uma La Niña mais moderada.

Para muitos produtores, a menção de La Niña traz lembranças do passado recente, especialmente após um ciclo de três anos consecutivos deste fenômeno, que permaneceu de julho de 2020 até fevereiro de 2023, e que foi seguido rapidamente por condições de El Niño na safra atual de 2023/24.

Neste último período de La Nina, foram registradas condições de frio extremo e ondas de frio severas, resultando, por exemplo, em geadas atingindo plantações de algodão no sul de Mato Grosso.

Por isso, a possibilidade da formação da La Niña nas previsões traz à tona a dúvida em sobre as condições que ocorreram nos últimos anos.

As previsões atuais indicam uma alta probabilidade de La Niña se estabelecer entre junho e agosto, período em que se espera que as anomalias na temperatura da superfície do mar fiquem abaixo de -0.5°C.


O gráfico mostra 8 projeções diferentes para a previsão da anomalia de temperatura da superfície do mar na região do Niño3.4.
Fonte: Copernicus.

 

Então com La Niña se formando, o inverno vai ser rigoroso?

A resposta direta e objetiva para esta pergunta é: Não.

Embora históricamente La Niña esteja relacionada a inviernos mais frios, como observado entre 2020 e 2023, o inverno de 2024 tende a ser mais quente que a média.

Isso deve acontecer na sequência dos meses mais quentes já registrados na história. Segundo os boletins divulgados pela agência Copernicus, desde Junho de 2023 todos os meses fecharam com recordes históricos da temperatura média global, incluindo os dois primeiros meses de 2024.

Consequentemente, as projeções apontam para um período de maio a julho com temperaturas acima da média em quase todo o Brasil.

Portanto, é provável que a safra de inverno no Brasil aconteça sob condições mais quentes, o que pode limitar o potencial produtivo de culturas que necessitam de um número maior de horas de frio.


Previsão para o desvio das temperaturas no período de três meses. Elaboração: Agrotempo.

 

Cautela na safra 2024/25

Apesar de muito distante do final do ano, quando as operações de plantio começam a ganhar ritmo para a próxima safra. O estabelecimento da La Niña pode mexer com o comportamento das chuvas no Brasil.

O comportamento esperado para períodos de La Niña, indica um verão com menos chuvas em áreas da região sul, podendo impactar a safra de soja e milho com ocorrência de estiagens. Ao passo que no centro-norte do país, as chuvas tendem a ficar acima da média.

Mas vale ressaltar que este período ainda está além do alcance confiável das projeções atuais.

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