La Niña está mais forte
Especialistas alertam que o fenômeno veio com força e tem 65% de durar até o outono
O Centro Norte-Americano de Previsão do Clima (NOOA) destaca que o fenômeno de resfriamento das águas do Oceano Pacífico, conhecido como La Niña, ganhou mais forma no mês de outubro e já mostra seus efeitos sobre o clima. Os meteorologistas estimam pelo menos 95% de chance de o La Niña durar até o verão, com 65% de chance de durar até o outono.
Em 2020, ao contrário de outros anos, foi um ano neutro. Geralmente um La Niña é antecedido por outro, como o El Niño. O último La Niña apareceu durante o inverno de 2017-2018, seguido pelo El Niño em 2018-2019. Quando nenhum dos padrões climáticos está presente, como vimos durante o inverno de 2019-2020, a Oscilação Sul do El Niño é neutra e não influencia os padrões climáticos globais.
Vários modelos de computador estão sugerindo que este ano o fenômeno está mais forte. Com isso os reflexos são sentidos a nível global como a intensificação e aumento do número de furacões no Atlântico. Embora outubro seja um pouco cedo para impactos claros do La Niña, a precipitação global e os padrões de temperatura durante o mês deram algumas dicas de um efeito do La Niña, incluindo mais chuvas na Indonésia, condições mais secas no sudeste da China e no sudoeste dos EUA e clima mais frio em Canadá e nas planícies do norte dos EUA.
No Brasil algumas regiões costumam registrar chuvas acima do normal como Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e maior escassez no Sul. Nesta temporada é mais comum a queda de raios e granizo, como o que devastou lavouras de café no Sul de Minas. Já no Sul são mais de 20 municípios em emergência por estiagem no Rio Grande do Sul e 23 em Santa Catarina.