CI

La Niña vai influenciar safra 2021-2022

Chuvas irregulares e abaixo do esperado para a estação, pode haver situações que atrasem a semeadura


Foto: Pixabay

O fenômeno climático La Niña deve permanecer ativo durante a safra que começa a ser semeada. O fenômeno se caracteriza pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico equatorial, o que provoca alterações nos padrões de chuva e temperatura em todo o planeta, explica Heverly Morais, agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater (IDR-Paraná).

Para o Sul do país, essa situação se reflete em um alto risco de chuvas em quantidade inferior ao esperado e mal distribuídas ao longo da estação, intercaladas com longos períodos de estiagem. Variações bruscas de temperaturas do ar também são esperadas, assim como a ocorrência de temporais, ventos fortes, granizo e incidência de raios, aponta Morais.

Nesse contexto de chuvas irregulares e abaixo do esperado para a estação, pode haver situações que atrasem a semeadura, causem germinação desuniforme das sementes, crescimento inadequado de plantas e que comprometam a produtividade”, ela aponta. 

Além da convivência com a crise hídrica, ela alerta ainda para eventuais impactos de eventos meteorológicos extremos, como ondas de calor, em virtude das altas temperaturas previstas para o período da safra.

Para as culturas de grãos — soja, milho e feijão — Morais recomenda utilizar sementes de qualidade, diversificar as cultivares e atentar para que tenham diferentes ciclos, escalonar a semeadura nos talhões, não extrapolar a população de plantas recomendada pela assistência técnica e cuidar do equilíbrio nutricional e da sanidade das lavouras. 

O cultivo e a incorporação de plantas de cobertura em sistema de plantio direto é outra prática enfaticamente indicada pela pesquisadora. “Essa técnica melhora os atributos físicos e químicos do solo, favorece o aumento de infiltração da água, aprofunda as raízes da cultura, reduz a temperatura e a evaporação do solo e mantém a água disponível para as plantas em períodos de estiagem fraca e moderada”, ela explica.

A pesquisadora alerta ainda que culturas como café, cana-de-açúcar, mandioca e frutíferas correm alto risco de serem prejudicadas pela má distribuição das chuvas ao longo da estação. “As altas temperaturas podem ainda afetar as hortaliças, sobretudo as folhosas. Olerícolas demandarão muita irrigação — um desafio diante dos baixos níveis dos mananciais como rios, riachos, lagos e nascentes”, conclui.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.