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Laudos confirmam 113 mil litros de leite adulterados no Norte gaúcho

Seis pessoas foram presas na segunda etapa da operação Leite Compen$ado


Seis pessoas foram presas na segunda etapa da operação Leite Compen$ado

Laudos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmaram a presença de formol no leite in natura em cerca de 113 mil litros do produto produzidos em Rondinha, na zona da Produção. A informação foi divulgada pelo Ministério Público (MP) nesta quarta-feira, quando foi deflagrada a segunda etapa da Operação Leite Compen$ado.


De acordo com o MP, o leite impróprio para consumo, seria encaminhado à Confepar, uma união de cooperativas agropecuárias localizada no norte do Paraná.  Segundo o promotor de Justiça Mauro Rochenback, responsável pelas investigações, desde fevereiro a empresa estaria ciente de que o leite in natura recebido dos postos de resfriamento no Rio Grande do Sul, onde houve detecção de formol, não deveria ser utilizado na produção de leite UHT e pasteurizado.

No entanto, ainda não é possível atestar se a medida foi cumprida. "Quem deve responder isso é a empresa", observou o promotor. Conforme a investigação do MP, o elo entre os transportadores e a cooperativa paranaense era um homem que está detido desde o início das investigações no Presídio Estadual de Espumoso.

Em Rondinha, foram apreendidas notas fiscais que comprovam a aquisição de 50 quilos de ureia. Três pessoas foram presas – dois sócios de uma transportadora e um motorista – numa propriedade rural no interior do município. De acordo com o MP, no local ocorreria a mistura de ureia – que contém formol na composição – ao leite in natura. 

Ainda na noite dessa terça-feira, foi preso um vereador de Horizontina, na Grande Santa Rosa, suspeito de envolvimento na fraude. A prisão dele foi solicitada na primeira etapa da operação, mas não havia sido autorizada. Como havia risco de fuga do suspeito, segundo o MP, o mandado de prisão foi concedido pela Justiça. Um homem, que estaria ligado ao núcleo de Ibirubá, foi preso em Espumoso.


Núcleos diferentes

O promotor Mauro Rockenbach esclareceu que os núcleos supostamente envolvidos na fraude agiam de forma independente. No entanto, a fórmula utilizada para adicionar ureia ao leite era a mesma. Ele afirmou que não há condições de apurar a quantidade de leite adulterado consumido pela população. "A indústria é quem deve responder a esse questionamento", sintetizou.

Na segunda-feira, a Justiça gaúcha aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) contra 11 suspeitos de envolvimento na fraude do leite em Ibirubá, no Alto do Jacuí. Em Guaporé, na Serra, foi aceita a denúncia contra dois suspeitos de envolvimento na adulteração do produto.

Operação Leite Compen$ado

O MP gaúcho deflagrou, em 8 de maio, a operação Leite Compen$ado nos municípios de Guaporé, Horizontina e Ibirubá. De acordo com investigações das Promotorias de Justiça Especializada Criminal e de Defesa do Consumidor de Porto Alegre e do Mapa – que tiveram início há três meses – pelo menos 100 milhões de litros de leite teriam sido adulterados no Estado.

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