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Lavoura de soja e milho já sente os efeitos da estiagem no Paraná


A estiagem que castiga várias regiões do Paraná já começa a provocar prejuízos na safra de verão 2004/2005. As culturas de soja e milho são as mais afetadas pelo clima. De acordo com levantamento divulgado ontem pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura (Seab), a quebra na produção de soja já chega a 6% em todo o estado – mesmo porcentual da quebra de safra do milho.

Só na região Oeste, 15% da safra de soja já foram comprometidos, ocasionando prejuízos de aproximadamente R$ 200 milhões aos agricultores. A quebra na produção ameaça frustrar a possibilidade de o Paraná colher uma safra recorde de grãos neste ano.

De acordo com o Deral, a falta de chuvas é maior no Oeste e Sudoeste, regiões que respondem por aproximadamente 40% da produção agrícola do estado. Em algumas cidades, o período de estiagem já dura mais de 30 dias. De acordo com o Simepar, as duas regiões já apresentam um quadro de deficiência de umidade desde dezembro passado. Com o clima seco, as principais culturas de verão, como soja e o milho safrinha, começam a perder o rendimento, aumentando os prejuízos dos agricultores, que já enfrentam o baixo preço das commodities e a queda do dólar.

Na região Oeste, a quebra na produção da soja já alcança 10% na região de Cascavel e 15% em Toledo, conforme levantamento feito na sexta-feira passada pelos respectivos núcleos da Seab. Isso representa um prejuízo de aproximadamente R$ 200 milhões, dinheiro que deixará de circular na economia regional. A engenheira agrônoma do Deral/Cascavel, Jovir Esser, disse que a queda da produtividade está relacionada com a falta de umidade do solo. De acordo com ela, cerca de 30% das lavouras ainda estão em fase de formação de grãos na região, portanto mais suscetíveis aos efeitos da estiagem.

Para os técnicos, a perda de produtividade já frustra a possibilidade de o Paraná obter uma safra recorde de soja neste ano. A estimativa inicial do Deral era de 12,4 milhões de toneladas. Isso representaria um aumento de 22% em relação à safra anterior. Na região de Cascavel, 30% das lavouras foram colhidas. O milho safrinha é outro produto duramente castigado pela estiagem. Muitos agricultores semearam o produto na terra seca, esperando pela chuva, mas perderam tudo.

Para os técnicos do Deral, o atual quadro deve diminuir a área de milho safrinha neste ano. O agricultor Herlon Zardo, de Cascavel, desistiu de fazer o plantio. Segundo ele, o baixo preço do produto e a seca foram determinantes para a sua decisão.

Os produtores do Sudoeste também sofrem com a seca. Lá, os prejuízos calculados pelo setor são de aproximadamente R$ 150 milhões. Pelo menos 15 municípios já decretaram situação de emergência por causa da estiagem.

As atividades de avicultura e bovinocultura também sentem os efeitos da estiagem. De acordo com os laticínios da região, a produção de leite caiu pelo menos 20%, porque as pastagens secaram. Em algumas propriedades rurais, os agricultores estão sendo obrigados a recorrer a rios e carros-pipa para abastecer de água os aviários e o gado.

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