CI

Leia um breve resumo sobre o desempenho do açúcar, milho, suco, trigo, couros, algodão e leite e derivados em 2004


- Açúcar:

As exportações do setor sucroalcooleiro, que tiveram bom impulso em 2004, voltam a crescer neste ano. Os preços externos estão elevados e o país tem boa oferta de produto. As estimativas iniciais de vendas externas de álcool para o ano passado eram de 700 milhões de litros. Contudo, o país conseguiu exportar 2 bilhões de litros. As receitas, que eram de apenas US$ 160 milhões em 2003, podem superar os US$ 500 milhões neste ano.

O álcool deverá ser uma commodity com participação crescente na pauta brasileira de exportações. Vários países estão adotando a mistura desse produto à gasolina e o Brasil é o país que tem o maior potencial mundial de fornecimento. Assim como o álcool, o açúcar teve desempenho positivo no ano passado. Juntos esses produtos agrícolas renderam US$ 3,1 bilhões

- Milho:

As receitas com as exportações de milho devem cair neste ano e ficar abaixo dos US$ 600 milhões de 2004. Apesar da tendência de retração nas vendas externas desse produto, Leonardo Sologuren, da Consultoria Céleres, diz que as oportunidades do mercado externo permanecem. Os Estados Unidos produziram safra recorde, mas os estoques mundiais ainda estão abaixo dos patamares históricos. Apesar do desânimo dos produtores brasileiros com a elevada produção norte-americana no ano passado, a oferta mundial do produto está abaixo da demanda, segundo Sologuren.

Outro fator positivo para o país são os 65 mercados já conquistados desde 2001, quando o Brasil iniciou as exportações de milho. Além disso, a China, que tinha elevado estoque de passagem, está saindo do mercado exportador. Ela ocupava parte do mercado dos norte-americanos, principalmente na Ásia. A saída dos chineses abre novas possibilidades para o Brasil. O analista da Céleres vê, no entanto, o real valorizado como um empecilho para as exportações de milho. As vendas externas do produto são importantes para a manutenção dos preços internos recebidos pelos produtores.

- Suco de laranja:

A indústria de suco de laranja pode ter novidades neste ano. Após uma safra de laranja superior a 360 milhões de caixas no mercado interno, o que elevou ainda mais os estoques mundiais de suco, o setor espera por uma definição das perdas patrimoniais provocadas pelos três furacões que atingiram a Flórida. Se o comprometimento dos pomares for grande, os EUA aumentarão as importações de suco do Brasil, que já comemora o avanço das venda para a Ásia e o Leste europeu.

- Trigo:

O setor de trigo terá dias menos tranqüilos neste ano. Com produção recorde e dólar valorizado, o Brasil conseguiu exportar um volume superior a 1 milhão de toneladas de trigo da safra recorde de 2003. O cenário é completamente diferente para a safra de 2004. A recomposição dos estoques mundiais derrubou os preços, o real se valorizou e os produtores brasileiros não conseguem desovar a produção. Os gastos com importações devem voltar a crescer em relação aos de 2004.

- Couros:

O setor de couro teve boa aceleração nas vendas externas no ano passado, embalado pelo aumento dos abates de animais e pela liderança brasileira nas exportações mundiais de carne bovina. Os números finais de 2004 devem indicar elevação de pelo menos 20% nas exportações desse item. Para este ano, a estimativa é de manutenção das boas vendas no setor, principalmente porque o país começa a vender um volume maior de produtos com valor agregado.

- Algodão:

O cultivo brasileiro do algodão, praticamente dizimado nos anos 90, volta a participar do mercado internacional e passa a ter mais receitas com as exportações do que gastos com as importações. A produção se deslocou de pequenas propriedades paranaenses e paulistas para grandes áreas do Centro-Oeste. Houve ganho de produtividade e de competitividade do produto brasileiro no exterior. É um setor que deverá ter ampliação nas vendas externas neste ano de 2005.

- Leite e derivados:

A proteção ao setor lácteo contra importações a preços inferiores aos custos de produção, adotada nos últimos anos pelo governo, começa a mostrar efeitos na balança comercial. Em 2004, os dados devem indicar que, pela primeira vez, o país teve superávit na balança comercial. Serão apenas US$ 10 milhões, mas indicam avanço em relação aos gastos de US$ 500 milhões anuais do final dos anos 90. O país deve ganhar novos mercados e continuar ampliando as vendas externas.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.