Leilões da China pressionam soja e mercado fecha em baixa
A China segue no centro das atenções do mercado
A China segue no centro das atenções do mercado - Foto: Pixabay
A soja encerrou a terça-feira em baixa na Bolsa de Chicago, pressionada por novas estratégias da China para reduzir os preços internacionais do grão, em um contexto de melhora climática no Brasil e maior oferta global. Segundo análise da TF Agroeconômica, o movimento reflete ações coordenadas do governo chinês para ampliar a disponibilidade interna e forçar recuos nas cotações, especialmente da soja norte-americana.
No fechamento do dia, o contrato de soja para janeiro recuou 0,84%, cotado a US$ 10,62/bushel, enquanto o vencimento de março caiu 0,88%, para US$ 10,71/bushel. O farelo de soja para janeiro também fechou em baixa de 0,36%, a US$ 302,4 por tonelada curta, e o óleo de soja teve queda mais intensa, de 2,26%, encerrando a US$ 48,36 por libra-peso.
A China segue no centro das atenções do mercado. Com a expectativa de maior oferta sul-americana, os compradores chineses adotaram uma postura mais cautelosa, alongando inspeções para recebimento do grão e implementando diretrizes mais rígidas. Além disso, leilões internos vêm sendo utilizados como instrumento para ampliar a oferta doméstica e pressionar os preços. Na última quinta-feira, cerca de 400 mil toneladas foram comercializadas, nesta terça mais 320 mil toneladas, e a estatal Sinograin já anunciou um novo leilão para sexta-feira, com 540 mil toneladas disponíveis.
De acordo com a consultora Naomi Blohm, da Total Farm Marketing, a China pode estar aguardando novas quedas antes de retomar compras mais expressivas. Esse conjunto de ações tende a reduzir a competitividade da soja dos Estados Unidos, que permanece cara e inserida nas negociações tarifárias entre os dois países, ampliando a pressão negativa sobre os preços em Chicago.
