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Leite chega ao fim do ano com alta de 18,8%

O valor médio de R$ 0,83 por litro deve se manter no ano que vem


São Paulo - O valor do leite pago ao produtor chega ao fim do ano com alta de 18,8% sobre 2010, puxado pelo aumento do custo de produção e do consumo per capita no Brasil. O valor médio de R$ 0,83 por litro deve se manter no ano que vem, com eventuais correções inflacionárias, embora o principal representante do setor espere uma produção, em 2012, 4% a 5% maior do que a atual, graças a insumos mais baratos.


"O custo de produção foi 24% maior neste ano. O produtor não ganhou dinheiro com leite nos últimos doze meses", afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil), Jorge Rubez.

A mão de obra no setor, os produtos veterinários e os defensivos agrícolas encareceram em 2011, mas a maior pressão sobre a produção de leite veio da valorização do milho e da soja, segundo ele. "Mas a produção dessas commodities está aumentando no Brasil e existe uma crise nos países para os quais elas são exportadas, então já se vê milho e soja mais baratos no mercado interno", constatou Rubez.

A média de crescimento na produção do leite foi de 5% na última década, de acordo com o representante. Em 2011, foi de 3%. A pecuária leiteira do Brasil rendeu 31,6 bilhões de litros do produto neste ano, ante 30,7 bilhões de litros no ano passado. "A explicação está no preço", disse ele.

A somar-se com a relativa baixa na produção deste ano, houve aumento do consumo per capita de produtos lácteos no Brasil. Se em 2010 a população consumia individualmente 61,2 litros de leite por ano, com mais renda, este indicador chegou a 177,7 litros neste ano, fortalecendo a demanda.

Maior déficit

O histórico resultado negativo na balança comercial do leite brasileiro também cresceu. "Produzimos menos, o déficit ficou maior", nas palavras de Rubez. As importações do País vindas da Argentina e do Uruguai somaram US$ 606 milhões em 2011, enquanto as exportações não passaram de US$ 219 milhões (resultado negativo de US$ 387 milhões).


"O Brasil sempre foi importador de produtos lácteos. O grande gargalo para o leite brasileiro lá fora se chama subsídio. Mesmo com o leite mais barato no mundo, o País nunca conseguiu competir com a União Europeia ou com os Estados Unidos por causa das barreiras comerciais", analisou o presidente da Leite Brasil. "O mercado interno é o que nos interessa", afirmou.

Para evitar maiores déficits comerciais, o governo federal impôs tarifas compensatórias para a entrada de produtos lácteos no Brasil. Dependendo da região em que é cobrada, a alíquota do imposto gira em torno de 30%.

Proteína mais barata

A proteína do leite de vaca é a mais barata das de origem animal. Este é o resultado do estudo feito pela Leite Brasil, que comparou os valores de diversos alimentos que contêm esse nutriente. O valor pago a cada 100 gramas de leite é de R$ 0,28.

A proteína de carne bovina é a mais cara, custando R$ 2,18 por cada 100 gramas. Em segundo lugar vem o peixe, com o valor de R$ 2,17 por 100 gramas. Na depois vem a carne suína (R$ 1,09), de frango (R$ 0,56) e ovos (R$ 0,41).

De acordo com Rubez, "todos os produtos de origem animal são importantes para a saúde humana, mas o leite é a opção mais econômica".

O levantamento da Leite Brasil utilizou como base a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (Taco) e o preço pago pelo consumidor na pesquisa de novembro deste ano do Instituto de Economia Agrícola (IEA), na cidade São Paulo.

A importância da proteína para o ser humano é amplamente difundida pelos profissionais de saúde. O nutriente fornece aminoácidos para formação, o crescimento e manutenção de músculos, ossos, pele, vasos sanguíneos e órgãos; também são importantes na formação de anticorpos e de hormônios.

Segundo a nutricionista Simone Biacchi Prass, os alimentos de origem animal são os mais ricos em proteína. "O leite e o ovo possuem proteína de melhor qualidade entre todos."

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